Rússia e Ucrânia acusam-se mutuamente sobre escalada de violência

Moscovo e Kiev acusaram-se hoje mutuamente pela escalada de conflito entre as forças ucranianas e os separatistas pró-russos, apesar de uma trégua que já dura há vários meses.

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Lusa
30/03/2021 16:43 ‧ 30/03/2021 por Lusa

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Violência

 

O comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Ruslán Jomchak, acusou hoje a Rússia de estar a juntar militares na zona de conflito no leste do país e na região de fronteira com o seu país.

Por seu lado, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, responsabilizou Kiev pelo impasse no processo de paz e pelo aumento de tensões diplomáticas nas chamadas negociações do Grupo da Normandia (que reúne Ucrânia, Rússia, França e Alemanha), apesar de um cessar-fogo que dura desde julho do ano passado.

Para Peskov, o Governo ucraniano é o principal culpado pela impossibilidade na implementação dos acordos de paz de Minsk, assinados em 2015 e concluídos em Paris no final de 2019, que permitiram uma redução da violência, embora sem garantir uma solução política.

O porta-voz do Kremlin responsabilizou diretamente o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem acusou de "rejeitar totalmente qualquer ideia de diálogo" com os separatistas.

Do lado de Kiev, Ruslán Jomchak denunciou as intensões russas de aumentar a sua capacidade militar junto às fronteiras com a Ucrânia.

"Hoje, ao longo da fronteira ucraniana, nas áreas temporariamente ocupadas e na Crimeia, estamos a tentar travar 28 grupos táticos do inimigo, ao nível de batalhões", disse o comandante-em-chefe das Forças Armadas ucranianas.

"A Rússia aumentou o seu contingente militar (naquele território), que atualmente soma cerca de 32.700 soldados", explicitou Jomchak, que anunciou um reforço das tropas ucranianas nas regiões de Donetsk e Luhansk (na fronteira com a Rússia), bem como na Crimeia, que foi anexada por Moscovo em 2014.

O mais recente incidente grave na zona de conflito aconteceu no dia 26, quando quatro soldados ucranianos morreram durante uma missão de desminagem perto da cidade de Shumy, na região de Donetsk.

O Parlamento ucraniano adotou hoje uma declaração e que denuncia a responsabilidade da Rússia na "escalada de violência", pedindo a Moscovo para "colocar um fim às hostilidades" e para que "retire o seu exército e os seus mercenários da Ucrânia".

O Kremlin reconheceu que "as tensões estão a aumentar", mas considera que compete a Kiev demonstrar disponibilidade para o "diálogo sério e construtivo", dizendo que não há motivo para que os dois países não reúnam "ao mais alto nível".

O conflito entre a Rússia e Ucrânia, desde a anexação da Crimeia em 2014, já custou mais de 13.000 vidas.

Leia Também: Rússia e Turquia fecham três postos de controlo na Síria

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