"Hoje, no município de Díli, detetámos 41 novos casos, aumentando para 456 o número de casos detetados em Díli desde 07 de março", explicou Rui Araújo, coordenador da 'task-force' para a Prevenção e Mitigação da Covid-19 da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC).
"Revimos a tabela de focos e temos atualmente 46 focos da doença na capital. Chegámos a 50", referiu.
O porta-voz anunciou ainda que uma das pacientes infetadas com a covid-19 e que está em isolamento no Centro de Vera Cruz, teve uma evolução para estado "grave", uma mulher de 69 anos com história de obesidade e diabetes.
"Hoje de madrugada o caso sintomático tornou-se grave. A senhora está a receber tratamento da infeção que afeta as vias respiratórias, e que inclui o uso de um alto fluxo de oxigénio", afirmou.
Rui Araújo explicou que o tratamento que está a ser usado é o "protocolarmente estabelecido pela OMS para os casos graves".
"Neste momento para a questão respiratória está dependente do oxigénio e a fazer tratamento para outras infeções relacionadas com a comorbidade diabética e outras condições", explicou.
"O prognóstico como sempre nos casos severos vai depender da reação ao oxigénio e ao tratamento inicial de antibiótico", considerou.
Em Vera Cruz há ainda três outros casos considerados moderados, com "condições estáveis, a usar oxigénio de uma forma intermitente", explicou.
No caso de Díli, a onde zona do país onde hoje se registaram novos casos, Rui Araújo disse que as zonas mais preocupantes são as de Comoro, Bebonuk e Fatuhada, onde "continua a haver uma atividade muito elevada" de transmissão.
Questionado sobre uma das propostas apresentadas hoje no parlamento, de aplicação de cercas parciais em Díli, em vez de uma cerca total ao município, Rui Araújo disse que pode ser uma solução.
"Mas enquanto as pessoas se aglomerarem e não tivermos certeza de que pessoas aglomeradas são negativas, a transmissão vai continuar", disse.
Hoje foram ainda dados oito pacientes como recuperados, com o total de ativos a ser agora de 415, novo máximo.
Dos novos casos de hoje a quase totalidade está assintomático, com três a terem sintomas ligeiros da covid-19, num universo de 1008 testes, o maior número diário de sempre.
Noutro âmbito, Rui Araújo alertou para o facto de o CIGC ter detetado alguns formulários falsos de testes em pessoas que solicitaram autorização para sair da cerca sanitária de Díli.
"Estamos a aplicar critérios rigorosos para evitar a falsificação", afirmou.
Desde o início da pandemia, Timor-Leste realizou já mais de 42 mil testes, o que equivale a 2,7% da população do país, estimada em 1,5 milhões, de acordo com os últimos registos.
Foram detetados até terça-feira um total de 604 casos de infeção com o novo coronavírus, o que equivale a cerca de 1,36% dos testes realizados, ou 0,038% da população do país, que ainda não registou qualquer caso grave ou morte e apenas três casos moderados.
A população de 1,5 milhões é o dado mais recente resultado do registo atualizado das Uma Kain (lares) realizado no ano passado no quadro de medidas de apoios às famílias timorenses.
Timor-Leste vive atualmente o pior momento desde o início da pandemia, tendo hoje o Parlamento Nacional autorizado o Presidente da República a declarar o 12.º estado de emergência desde março do ano passado, e o sétimo consecutivo.
O novo período do estado de emergência ocorre entre as 00:00 do dia 03 de abril, hora local (16:00 de 02 de abril em Lisboa) e as 23.59 de 02 de maio de 2021, hora local (15:59 em Lisboa).
O Governo timorense deverá deliberar em Conselho de Ministros na quinta-feira as medidas que se vão aplicar a partir de 02 de abril, antecipando-se a renovação das atuais cercas sanitárias e confinamento obrigatório aplicados em Díli, Baucau e Viqueque.
Leia Também: Covid-19: Parlamento timorense autoriza 12.º estado de emergência