À agência Efe, a fonte que pediu anonimato explicou que o Governo rejeitou receber a vacina, através do mecanismo COVAX, devido "ao alvoroço mundial em torno da mesma" e por considerar que a população do país "não irá aceitá-la".
As autoridades do Haiti pediram à OMS para que sejam enviadas ao país vacinas de outros laboratórios, mas a agência da ONU está "relutante" para disponibilizar uma alternativa e a tentar "pressionar" o Haiti dizendo às autoridades que "os prazos esgotam-se".
"Como é uma oferta, querem impor-nos [a vacina]. Mas países que têm melhores sistemas do que nós têm dificuldades para armazená-la", comentou a mesma fonte.
O Haiti tem capacidade para receber as vacinas da AstraZeneca e da Johnson & Johnson, mas carece dos meios de refrigeração necessários para a vacina da Pfizer.
Na primeira ronda de atribuição de vacinas do COVAX, foram atribuídas ao Haiti 756 mil doses fabricadas pelo Instituto Serum da Índia, sob licença da AstraZeneca.
A Organização Pan-americana da Saúde (OPS) não respondeu, até ao momento, às perguntas colocadas pela Efe sobre as atribuições do COVAX ao Haiti.
O país das Caraíbas foi relativamente pouco afetado pelo novo coronavírus, com um total de 12.732 casos confirmados e 251 mortos, segundo os dados oficiais.
Apesar de os números não refeltirem a verdadeira magnitude da pandemia no país, devido à sua limitada capacidade de testagem, a covid-19 não provocou o colapso do sistema de saúde.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, frisou hoje que 190 dos 194 países que fazem parte da organização já começaram a vacinar contra a covid-19.
O especialista não revelou quais os quatro países que ainda não iniciaram a vacinação, mas frisou que já foram enviadas 36 milhões de vacinas a 86 países do mundo através do programa COVAX para a distribuição igualitária de doses da vacina.
Leia Também: Austrália vai pedir à UE e AstraZeneca 3,1 milhões de vacinas em falta