"Comunistas e democratas, homossexuais e os chamados associais foram presos em Buchenwald. Judeus e ciganos foram trazidos para aqui e assassinados", disse o presidente alemão no discurso que proferiu na cidade vizinha de Weimar, 76 anos depois de as forças norte-americanas terem libertado todos os que se encontravam naquele campo.
"Com a sua diversidade de grupos de vítimas, Buchenwald representa toda a barbárie dos nazis, o seu nacionalismo agressivo para o exterior, a sua ditadura no interior, e uma forma racista de pensar", realçou Steinmeier. "Buchenwald representa o fanatismo racial, a tortura, o assassínio e a eliminação", sublinhou.
Os sobreviventes do Holocausto e famílias não foram autorizados a reunir-se este ano para a celebração do aniversário da libertação do campo, devido à pandemia de covid-19.
Assim, assistiram, em diferentes partes do mundo, via internet às cerimónias fúnebres. As comemorações em grande escala que se preparavam para o 75.º aniversário, no ano passado, já tinham sido suspensas, devido às exigências de distanciamento social.
O campo de concentração de Buchenwald foi criado em 1937. Mais de 56.000 dos 280.000 prisioneiros de Buchenwald e dos seus campos-satélite foram mortos pelos nazis ou morreram como consequência de fome, doenças ou experiências médicas, até 11 de abril de 1945.
"Era uma ditadura, uma liderança nazi responsável pelos crimes mais cruéis e pelo genocídio", frisou Steinmeier. "Mas foram seres humanos, alemães, que fizeram isto a outros seres humanos", lembrou.
Após o seu discurso em Weimar, Steinmeier foi ao local do antigo campo de concentração, onde depositou uma coroa de flores amarelas e vermelhas em memória das vítimas.
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