"Em três semanas, dois exércitos e três unidades de tropas aerotransportadas foram enviadas com sucesso para as fronteiras oeste da Rússia para exercícios", indicou o ministro da Defesa russo, Serguei Choigou.
"Numa reação às atividades militares ameaçadoras da Aliança [atlântica], adotámos as medidas apropriadas", acrescentou no decurso de uma conferência de imprensa em Severomorsk, a principal base da frota russa do Norte.
O ministro não precisou o local exato da deslocação destas tropas, nem os seus efetivos, mas considerou que estas forças demonstraram "a sua preparação e a sua capacidade em garantir a segurança militar do país".
Estas declarações surgem após a NATO ter previamente emitido sinais de firmeza face a Moscovo, num contexto de aumento das tensões em torno do conflito na Ucrânia.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que designadamente recebeu em Bruxelas o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kouleba, denunciou hoje o reforço militar "considerável" e "injustificado" da Rússia.
Em Washington, o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, anunciou por sua vez o envio de 500 soldados suplementares para a Alemanha.
Em resposta o ministro da Defesa russo denunciou "a deslocação de tropas americanas da América do Norte em direção à Europa".
"Está em curso a deslocação de tropas na Europa em direção às fronteiras russas. As forças concentram-se principalmente nas regiões do mar Negro e do mar Báltico", acrescentou Choigou.
O mesmo responsável indicou que "40.000 militares e 15.000 peças de armamento e veículos, incluindo aviões estratégicos", vão ser deslocados no total para as proximidades das fronteiras da Rússia.
A Ucrânia, que tem agitado a perspetiva de um eventual ataque militar do seu vizinho, acusou a Rússia de ter concentrado mais de 80.000 soldados perto da fronteira leste e da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014 após o triunfo da rebelião "pró-ocidental" em Kiev.
Em paralelo, os combates na frente contra os separatistas russófonos do leste do território ucraniano, que permaneciam em pausa na sequência de uma trégua concluída no verão de 2020, retomaram de intensidade nas últimas semanas.
Leia Também: NATO pede à Rússia para "parar com provocações" na fronteira