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Cabul garante que consegue defender população sem ajuda dos EUA

Os líderes afegãos reagiram hoje ao anúncio de adiamento da retirada dos militares norte-americanos do país afirmando que respeitam a decisão e sublinhando que as forças armadas afegãs têm capacidade de defender sozinhas a população.

Cabul garante que consegue defender população sem ajuda dos EUA
Notícias ao Minuto

16:12 - 14/04/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

O Governo "respeitará qualquer decisão do Governo dos Estados Unidos em relação às suas tropas", garantiu o conselheiro principal do Presidente afegão, Waheed Omer, numa mensagem publicada na rede social Twitter.

"As forças de segurança e defesa afegãs têm defendido o nosso povo com moral alta nos últimos dois anos e, nos últimos tempos, realizaram mais de 98% das operações de forma independente e são perfeitamente capazes de continuar a fazê-lo no futuro" acrescentou.

A Administração do Presidente Joe Biden anunciou na terça-feira que vai adiar a retirada dos seus soldados norte-americanos do Afeganistão de maio para setembro.

Os Estados Unidos tinham-se comprometido com os talibãs a retirar a totalidade das tropas do Afeganistão antes de 01 de maio, mas um responsável do Governo norte-americano explicou que a promessa apenas será cumprida até 11 de setembro, prometendo mais esclarecimentos sobre o novo cronograma numa comunicação a realizar hoje pela Casa Branca.

Segundo o presidente do Conselho Superior de Reconciliação Nacional do Afeganistão, Abdullah Abdullah, o adiamento não vai mudar o equilíbrio de poder com os insurgentes.

"A retirada das tropas estrangeiras será o fim do Afeganistão como Estado soberano, unido e independente? Não, de forma nenhuma", disse Abdullah, que lidera o principal organismo do Governo encarregado de negociar a paz.

O dirigente acrescentou que a sua "grande preocupação" em relação à retirada dos militares norte-americanos é que os talibãs pensem que, a partir daí, poderão impor condições para a paz.

"Isso não seria uma paz verdadeira", avisou Abdullah.

Num acordo histórico alcançado pelo então Presidente, Donald Trump, e os talibãs, em Doha, em fevereiro do ano passado, os Estados Unidos prometeram retirar as suas tropas do país em 14 meses.

Hoje, os talibãs ameaçaram boicotar todas as negociações de paz para o Afeganistão e retomar os ataques às tropas internacionais se os Estados Unidos não retirarem os quase 2.500 militares que ainda permanecem no país antes do prazo final acordado, ou seja, antes de 01 de maio.

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