"Os participantes concordaram na necessidade de intensificar o processo", escreveu o embaixador e delegado russo, Mikhail Ulyanov, na rede social Twitter, após a reunião de hoje na capital austríaca, Viena.
"As delegações parecem estar prontas para permanecer em Viena o tempo necessário para atingir o objetivo", acrescentou o representante de Moscovo.
Após uma pausa de alguns dias, os representantes dos Estados ainda signatários do acordo nuclear - Irão, China, Rússia, França, Alemanha e Reino Unido -, retomaram esta sexta-feira as rondas de conversações, iniciadas no início de abril, que têm sido supervisionadas pela União Europeia (UE).
O objetivo destas conversações é restaurar totalmente o acordo internacional sobre o programa nuclear do Irão, protocolo firmado em 2015 para impedir que Teerão tivesse capacidade para produzir armas nucleares.
O acordo ficaria fortemente fragilizado com a saída unilateral, em 2018, dos Estados Unidos da América (EUA), então sob a liderança do Presidente republicano Donald Trump.
Os diplomatas também retomaram os trabalhos em Viena com o objetivo declarado de concluir as negociações para salvar o protocolo até ao final do mês de maio, antes que a campanha para as eleições presidenciais no Irão, agendadas para 18 de junho, interrompa o processo negocial.
A atual administração norte-americana, liderada pelo Presidente Joe Biden, já admitiu a intenção de regressar ao protocolo internacional, estabelecendo, porém, condições.
Na quinta-feira, um alto funcionário norte-americano citado pelas agências internacionais considerou ser "possível" chegar a uma solução nas próximas semanas, antes das eleições de junho no Irão.
Outros diplomatas questionados pela France-Presse (AFP) também admitiram o mesmo horizonte de tempo.
"Nada está garantido, mas estamos no caminho certo. Talvez desta vez seja uma grande ronda final de negociações", disse um dos diplomatas.
O Irão e os Estados Unidos, que participam nestas conversações indiretas via mediação europeia, têm de alcançar um consenso sobre um conjunto de aspetos, nomeadamente o levantamento das sanções contra Teerão que foram restabelecidas pela administração Trump e o regresso da República Islâmica aos termos do acordo, uma vez que começou a enriquecer urânio além do limite máximo autorizado no documento assinado em 2015 em reação "à pressão máxima" norte-americana.
Leia Também: Washington considera "possível" um acordo antes das eleições iranianas