O Ministério Público da região italiana da Verbania está a investigar as causas da queda de uma cabina de teleférico, este domingo, em Stresa, que fez 14 mortos. O foco da investigação será perceber por que razão o cabo de carga se partiu e o sistema de travagem de emergência não funcionou.
Entre as 14 vítimas mortais da queda da cabina de teleférico, estão duas crianças, mas há uma terceira em estado grave. Eitan Moshe Biran, de cinco anos, perdeu os pais, os avós e o irmão mais novo no acidente.
A criança chegou ao hospital, em Turim, pouco depois das 14 horas, 20 minutos antes de Mattia Zorloni, da mesma idade, que acabaria por morrer.
"Deixem-me em paz, estou com medo", gritava o único sobrevivente, um menino nascido em Israel, mas que vivia em Itália. Sofreu fraturas nas pernas e um traumatismo tóraco-abdominal, encontrando-se consciente.
O teleférico caiu perto do cume da linha Stressa-Mottarone e estava muito alto, indicou Milan ao canal italiano SkyTG24.
O acidente ocorreu cerca das 12h30 locais (11h30 em Lisboa) a 100 metros da estação do cume, segundo nota do Ministério das Infraestruturas, e ter-se-á devido a um cabo que se partiu, causando a queda da cabina, na qual se encontravam 11 pessoas, indicou a agência noticiosa italiana Ansa.
A empresa que instalou o sistema e trata da manutenção, Leitner da Vipiteno, uma das mais importantes do setor no mundo, afirma em nota que "a última inspeção magnetoscópica dos cabos foi realizada em novembro de 2020 e os resultados da mesma não revelaram quaisquer problemas críticos".
"Todos os anos, em novembro, as cordas são inspecionadas", revela a mesma nota, adiantando que o resultado tem sido sempre positivo. Já a revisão geral de todo o sistema dos teleféricos da estação balnear do Piemonte, nas margens do lago Maior, foi feita em agosto de 2016. Nessa altura, segundo o jornal italiano La Repubblica, foram gastos mais de quatro milhões de euros em intervenções extraordinárias.
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