Cabo Verde promete "mão dura" em novo plano em estado de Calamidade

As autoridades cabo-verdianas prometeram hoje "mão dura e intransigente" durante um novo plano de ação e fiscalização do cumprimento das normas e medidas sanitárias para evitar a propagação da covid-19 com a prorrogação do estado de calamidade.

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Lusa
02/06/2021 14:51 ‧ 02/06/2021 por Lusa

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Covid-19

Depois de constatar "efeitos imediatos" com as medidas restritivas adotadas pelo Governo e as ações de fiscalização no estado de calamidade entre 30 de abril e 30 de maio, o Serviço Nacional da Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) traçou um novo plano no quadro da prorrogação da situação de calamidade por mais 30 dias em todo o território nacional.

Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, o presidente interino do SNPCB, Hélio Semedo, revelou que o novo plano terá quatro pontos essenciais, a começar pela fiscalização apertada das principais praias balneares, sobretudo nas ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista, e no interior da ilha de Santiago.

O mesmo responsável notou que há uma "migração" das pessoas da cidade da Praia - onde as praias estão abertas apenas das 06:00 às 08:00 - para o interior da ilha de Santiago, mas prometeu uma "resposta contundente" a essas situações.

"Vamos ter uma presença muito forte, através das Forças Armadas e da Polícia Marítima, a controlar essas praias balneares já a partir desta semana", prometeu, dizendo que vai recomendar ao Instituto Marítimo e Portuário (IMP), com sede em São Vicente, no sentido de limitar o horário de abertura de praias balneares em outros municípios para evitar aglomeração de pessoas.

As autoridades cabo-verdianas vão ainda realizar fiscalização rigorosa ao cumprimento do horário de funcionamento dos espaços noturnos, tais como bares, restaurantes e 'lounge bares', e vão proibir o consumo e uso de chicha nesses estabelecimentos.

Também vai haver uma fiscalização e proibição de realização de festas particulares, com a Proteção Civil a recomendar que as festas matrimoniais sejam realizadas num contexto familiar.

Durante o próximo mês, as autoridades vão ainda fiscalizar o cumprimento da quarentena domiciliar, em coordenação com os centros de saúde.

O presidente do SNPCB apelou a todos os cidadãos e operadores económicos a cumprirem as medidas e as normas de segurança sanitária em vigor, alertando que poderão sofrer "pesadas coimas", já que as autoridades vão ter "mão dura e intransigente" durante as suas atuações.

As ações de fiscalização são realizadas por uma equipa multissetorial, constituída por técnicos, inspetores e efeitos do SNPCB, que lidera, da IGAE, Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS), Delegacias de Saúde, Inspeção Geral do Trabalho (IGT), Polícia Nacional, Forças Armadas e Guardas Municipais.

O Governo prorrogou na sexta-feira, por mais 30 dias, a situação de calamidade em todas as ilhas, mantendo medidas de limitação de atividades com aglomerações de pessoas.

Cabo Verde tinha até terça-feira um acumulado de 30.523 casos do novo coronavírus desde 19 de março de 2020, dos quais 264 óbitos, 28.804 casos considerados recuperados e tinha 1.438 casos ativos de infeção.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.681.985 mortos no mundo, resultantes de mais de 171 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Autoridades de Cabo Verde fecham 635 estabelecimentos comerciais num mês

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