Segundo a agência de notícias francesa, o anuncio está a ser entendido como um sinal de aproximação entre os dois países contra um cenário de crescente repressão da oposição na Bielorrússia.
Os chefes do Serviço de Informações Externas da Rússia (SVR) e dos Serviços de Segurança da Bielorrússia (KGB) anunciaram, depois de uma reunião em Vitebsk (bielorrusia), que "acordaram desenvolver um trabalho conjunto para resistir às ações destrutivas do Ocidente", acusando os países ocidentais de tentar "desestabilizar a situação política e socioeconómica" na Rússia e na Bielorrússia.
O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, está a levar a cabo uma "repressão maciça" sobre o movimento de rua "sem precedentes" que protesta contra a sua reeleição no verão de 2020, manifestações que segundo ele estão a ser orquestrados pelo Ocidente.
Em resposta às detenções em massa, a União Europeia e os Estados Unidos adotaram uma série de sanções contra os mais altos funcionários do regime daquele país da antiga União Soviética.
Em resposta, Lukashenko intensificou a aproximação à Rússia, país vizinho com o qual tem tido relações perturbadas, tendo mesmo acusado Moscovo de querer subjugar a Bielorrússia.
Os dois países estão ligados desde 1999 por uma "União Rússia-Bielorrússia", uma aliança política e económica com contornos mal definidos que há muito se mantém num impasse, apesar dos esforços constantes de Moscovo para aprofundar a integração económica, política e militar.
Recentemente, Alexander Lukashenko e o homólogo russo, Vladimir Putin, reuniram-se em Sochi, no sul da Rússia, para discutir, entre outras coisas, uma integração económica mais profunda.
A dependência crescente da Bielorrússia em relação à Rússia pode aumentar se a União Europeia levar a cabo a ameaça de sanções económicas contra dois sectores-chave da economia bielorrussa: o fornecimento de gás e potássio.
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