De acordo com um porta-voz da União Europeia (UE), em Viena, as partes "estão avançar, mas as negociações são intensas em algumas questões, incluindo a maneira como vão ser implementadas as etapas".
"A UE vai continuar a falar com todos os países e separadamente com os Estados Unidos para encontrar uma forma de chegar a um acordo nos próximos dias", disse o porta-voz Alain Matton, em declarações aos média.
Os países do acordo nuclear com o Irão, designado por JCPOA (sigla em inglês), têm estado a negociar desde abril, na capital austríaca, com o objectivo de encontrarem um mecanismo que permita retomar o pacto entre Estados Unidos e o Irão.
A Alemanha, França e o Reino Unido realizaram hoje uma primeira reunião para dar início a esta sexta ronda, que irá substituir os grupos de especialistas.
No caso dos Estados Unidos, que abandonaram o tratado em 2018, estes participam indiretamente, através de intermediários, face à recusa iraniana em se encontrar diretamente com os norte-americanos.
O embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), em Viena, disse, por sua vez, que se está "no caminho certo", embora tenha reconhecido que "ainda há diferenças".
"Precisaremos de mais algumas semanas para corrigir o texto existente (do eventual acordo)", salientou.
Por sua vez, a China também realçou a importância de os Estados Unidos suspenderem todas as sanções.
O embaixador chinês na ONU, em Viena, Wang Qun, considerou que "o ponto mais complicado (das negociações) é o do levantamento das sanções, não só contra o Irão, mas contra terceiros países (que mantêm relações com o Irão)".
O ex-presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, abandonou o tratado em 2018 e impôs novas sanções, incluindo um embargo ao petróleo que atingiu severamente a economia iraniana.
O Irão tem vindo a violar grande parte do acordo, principalmente no que respeita à produção e pureza do urânio enriquecido, material que tem duplo uso, civil e militar.
O novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quer voltar ao JCPOA, mas primeiro exige que o Irão cumpra todas as suas obrigações em relação ao acordo, enquanto Tearão exige o levantamento prévio das sanções.
Um relatório recente da AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica), da ONU, confirmou que o Irão já possui cerca de 3.200 quilogramas de urânio enriquecido, ao invés dos 300 permitidos no acordo.
Além disso, o Irão já conseguiu enriquecer urânio com uma pureza de 60%, acima do permitido (3,67%), e próximo do nível necessário para fabricar bombas nucleares.
O JPCOA, assinado em 2015, limitou o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções, com o objetivo de impedir a República Islâmica de fabricar armas nucleares.
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