Inicialmente marcada para a passada quinta-feira, a marcha foi adiada para terça-feira pelo governo de Benjamin Netanyahu, apesar das ameaças do movimento islâmico palestino Hamas de uma nova escalada, se a manifestação fosse mantida.
Israel tem um novo governo, liderado pelo líder nacionalista de direita Naftali Bennett, que se aliou ao centrista Yair Lapid numa coligação que pôs fim a 12 anos de governo ininterrupto de Netanyahu.
Hoje à noite, o novo ministro da Segurança Interna israelita, Omer Bar-Lev, decidiu manter a manifestação.
"A polícia está pronta e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para preservar o delicado tecido da coexistência", indicou, num comunicado ministerial.
Depois da entrada em funções do novo governo, os organizadores receavam a proibição da marcha, mas o ministro sustentou que as manifestações "são um direito de todos em democracia".
A "marcha das bandeiras", a convite de várias figuras da extrema-direita nacionalista israelita, em particular do deputado Itamar Ben Gvir, tem previsto reunir centenas de pessoas na Cidade Velha de Jerusalém.
O percurso da marcha, entretanto, foi estabelecido após negociações entre a organização e a polícia israelita na esperança de evitar confrontos com os palestinianos.
A marcha visa marcar o "Dia de Jerusalém", em que os israelitas comemoram a "reunificação" da cidade, em 1967. No entanto, para os palestinianos, a data simboliza a conquista e anexação de Jerusalém Oriental.
A marcha deveria ter-se realizado a 10 de maio, mas foi cancelada na sequência das tensões em Jerusalém Oriental, cenário em maio de violentos protestos contra a colonização israelita e que desencadeou uma guerra de 11 dias entre o Hamas e Israel.
Na semana passada, o Hamas, que governa de facto em Gaza, "advertiu" Israel para uma retaliação se a marcha se aproximar do setor palestiniano de Jerusalém, incluindo a Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islão.
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