"Eles continuam a pedir a anulação das eleições. Aguardamos pacientemente o resultado", salientou o candidato de esquerda, Pedro Castillo, numa conferência de imprensa na sede do seu partido, em Lima.
A proclamação do vencedor por parte do Júri Nacional Eleitoral (JNE) está dependente da examinação do recurso interposto pela oposição, noticia a agência AFP.
A equipa do candidato de direita, Keiko Fujimori, tem pedido nos últimos dias a anulação das eleições, que decorreu em 06 de junho, e que antecipam uma vitória de Castillo por cerca de 45 mil votos.
O Peru aguarda há nove dias pelos resultados finais da segunda volta das eleições presidenciais.
Segundo a última contagem oficial, após apurados 99,98% dos boletins de voto, Pedro Castillo lidera com 50,12%, face a 49,87% do seu opositor.
Keiko Fujimori, que atravessa um processo na justiça devido a um alegado caso de corrupção, denunciou "fraude" eleitoral e exigiu a anulação de dezenas de milhares de votos.
Sem apresentar provas concretas, a equipa de Fujimori apresentou como argumentos alegadas falsificação das assinaturas dos membros da mesa, ou a falsificação dos resultados da mesa só porque não apresentaram um único voto para o candidato.
Na segunda-feira, o parlamentar, e almirante reformado, Jorge Montoya, pediu a anulação das eleições e uma "nova votação com observadores internacionais", sublinhando que o sistema eleitoral peruano "não oferece mais confiança".
Segundo Keiko Fujimori, outros 64 generais e almirantes aposentados também questionaram a transparência desta segunda volta eleitoral.
O ministério da Defesa revelou, em comunicado, que este grupo de militares reformados "não representa as Forças Armadas.
O ex-parlamentar de direita, Victor Andres Garcia Belaunde, alertou no domingo, num canal televisivo, acerca da incerteza em torno das eleições.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu na segunda-feira "calma para evitar novas divisões sociais".
A missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) destacou na sexta-feira que não tinha encontrado "irregularidades graves" nas eleições presidenciais do Peru, classificando-as como "positivas".
Ainda não há data para a divulgação dos resultados finais e a autoridade eleitoral tem sofrido pressões por parte dos apoiantes dos dois candidatos que se manifestam diariamente em Lima.
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