Dmitry Peskov, porta-voz do Presidente russo disse, a poucas horas da cimeira entre a Rússia e os Estados Unidos, em Genebra, que os pontos da agenda "são muito problemáticos".
"Temos muitas questões que têm sido negligenciadas há muito tempo e que precisam de ser analisadas. É por isso que o Presidente, [Vladimir] Putin vai fazer perguntas - com uma atitude franca e construtiva - para encontrar soluções", disse Peskov.
"Este dia pode não se tornar histórico e não devemos esperar avanços. A situação é muito difícil no que diz respeito às relações entre a Rússia e os Estados Unidos", sublinhou.
"Mesmo assim, o facto de os dois presidentes terem concordado com o encontro e, finalmente, começarem a falar abertamente sobre problemas já é um avanço. Podemos dizer, mesmo antes do início, que a cimeira é, por si só, um resultado positivo, mas não devemos esperar avanços", disse ainda o porta-voz do Kremlin.
Peskov adiantou que, no encontro bilateral, a Rússia quer discutir a "estabilidade estratégica", o controlo de armamento, a cooperação em conflitos regionais, a cooperação em relação à pandemia e as alterações climáticas.
A cimeira vai decorrer na cidade suíça de Genebra e será o ponto culminante da primeira deslocação de Biden à Europa, num momento em que se acentuaram as tensões entre a Rússia e o Ocidente.
Após participar nas cimeiras do G7, da NATO e com a União Europeia, Biden está munido de novos argumentos, em particular após a reunião de segunda-feira com os aliados e na qual a Rússia e a China foram apontados como "desafios sistemáticos à ordem internacional".
A abordagem de Biden face à Rússia assinala uma rutura com a protagonizada pelo seu antecessor, Donald Trump. A única cimeira que Trump e Putin tiveram, em julho de 2018 em Helsínquia, ficou assinalada pela recusa de Trump em legitimar as conclusões das agências de informações norte-americanas e quando Putin continuava a negar interferência russa nas presidenciais realizadas dois anos antes.
A presidência norte-americana optou agora por fornecer poucos detalhes sobre o encontro a dois, e apenas confirmou que, ao contrário do que sucedeu com Donald Trump em 2018, não está prevista uma conferência de imprensa conjunta.
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