"Sob as diretivas do líder da revolução, Abdulmalik al-Huti, e do presidente [do Conselho Político Supremo dos Huthis], Mahdi al-Mashat, iremos implementar uma iniciativa unilateral no sábado, se Deus quiser, na qual libertaremos dezenas de prisioneiros" de guerra, disse Abdulqadir al-Murtada, presidente do Comité Nacional Huthi para os Assuntos dos Prisioneiros, na rede social X.
Abdulqadir al-Murtada referiu ainda que serão divulgados mais detalhes sobre a iniciativa no sábado, durante a libertação dos detidos.
Em julho do ano passado, o governo internacionalmente reconhecido do Iémen e os rebeldes Huthis concluíram a nona ronda de conversações sobre uma troca de prisioneiros de guerra em Mascate, capital de Omã, mas sem chegar a um acordo final, de acordo com um responsável dos rebeldes.
As conversações, organizadas pela ONU e pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), terminaram com "a resolução da questão relativa a Mohamed Qahtan", um líder rival dos rebeldes xiitas, mas sem chegar a acordo sobre os restantes prisioneiros.
Na altura, a ONU congratulou-se com os "progressos significativos" realizados por ambas as partes, após terem chegado a um consenso sobre a libertação de Qahtan, detido pelos Huthis desde 2015 e uma figura de destaque do partido Islah, da Irmandade Muçulmana, rival dos rebeldes.
O anúncio da libertação dos prisioneiros de guerra surge no mesmo dia em que a ONU suspendeu o seu destacamento em zonas do Iémen controladas pelos rebeldes Huthis, que detiveram mais pessoal da organização no dia anterior.
As detenções ocorreram depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter assinado uma ordem executiva para reclassificar os rebeldes iemenitas - apoiados pelo Irão - como uma "organização terrorista estrangeira".
Em junho de 2024, os Huthis, que controlam grandes áreas de território e a capital, Sana, detiveram 13 funcionários da ONU, incluindo seis funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, além de 50 colaboradores de organizações não-governamentais (ONG) e um funcionário de uma embaixada.
O movimento Huthi apoderou-se da capital do Iémen em 2014 e, desde então, tem vindo a ocupar grande parte do norte e oeste do país, onde continua a travar uma guerra contra as forças governamentais.
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