Independentistas admitem passo na boa direção, mas querem referendo

O presidente do Governo da região espanhola da Catalunha, o independentista Pere Aragonès, admitiu hoje em Barcelona que os indultos aprovados são um passo na boa direção, mas voltou a defender a realização de um referendo de autodeterminação.

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Lusa
22/06/2021 16:59 ‧ 22/06/2021 por Lusa

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Catalunha

 

Rodeado por 14 conselheiros (ministros regionais), Pere Aragonès fez uma declaração institucional na qual afirmou que os indultos são um passo que "ajuda a gerar credibilidade na via da negociação e do acordo para resolver o conflito catalão", mas que "toda a repressão" contra o movimento independentista deve cessar.

"É tempo da amnistia e do direito à autodeterminação. Chegou o momento de um referendo negociado. É tempo para a solução que gere mais consenso interno, que garanta o apoio internacional e que garanta uma coesão social a que não se pode renunciar", declarou o líder regional.

O Governo espanhol aprovou hoje a concessão de indultos a nove líderes independentistas catalães a cumprir penas de prisão pelo seu envolvimento na tentativa de autodeterminação daquela região espanhola em 2017.

Os nove políticos catalães poderão sair da prisão nas próximas horas, segundo fontes do Supremo Tribunal espanhol, que indicaram que a instituição não vai esperar que a decisão seja publicada na quarta-feira no Boletim Oficial do Estado para dar seguimento ao processo.

A decisão do Governo está longe de ter consenso na sociedade espanhola, com críticas da oposição, que vê os indultos como um "golpe para a democracia", enquanto os apoiantes pró-independência os consideram "insuficientes" e apelam à concessão de uma amnistia.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, está convencido de que a medida controversa irá abrir "uma nova fase de diálogo" que "porá fim à divisão e ao confronto de uma vez por todas".

Os políticos catalães que organizaram em 2017 um referendo ilegal sobre a autodeterminação da região foram julgados em 2019 e nove deles estão a cumprir penas de prisão que vão de nove até um máximo de 13 anos de prisão pelos crimes de sedição (contestação coletiva contra a autoridade) e desvio de fundos públicos.

Entre os que vão beneficiar dos indultos está o ex-vice-presidente do Governo regional catalão Oriol Junqueras, que é o líder do principal partido independentista catalão, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), o mesmo do atual presidente da região, Pere Aragonès.

A decisão tomada hoje não resolve o problema de um grupo de independentistas que fugiu para o estrangeiro, não tendo ainda sido julgado.

Desse grupo faz parte o ex-presidente do executivo catalão Carles Puigdemont - líder do atual segundo maior partido independentista, Juntos pela Catalunha (JxCAT) - que está na Bélgica, e foi eleito deputado do Parlamento Europeu.

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