Na Indonésia, investigadores encontraram barracas de rua a vender uma variedade de animais vivos e mortos, onde se incluem morcegos, mesmo depois de estes terem sido apontados como uma das possíveis fontes da transmissão da Covid-19, nos mercados chineses.
Apesar de, na China, as autoridades terem proibido a comercialização deste tipo de animais nas ruas devido à pandemia, na Indonésia a regra não se aplica. Com efeito, na ilha de Celebes - uma das maiores da Indonésia -, investigadores descobriram vendedores ambulantes a comercializar morcegos e ratos ao lado de porcos, cães, cobras, sapos, galinhas e patos. Alguns animais estavam vivos, dentro de gaiolas, enquanto outros tinham sido queimados, revela o Independent.
A diversidade de produtos vendidos por estes comerciantes não se fica por aqui, já que é possível encontrar ainda pintainhos tingidos de cores vivas para serem mantidos como animais de estimação.
Várias fontes revelaram aos investigadores da organização Four Paws (Quatro Patas, em português) que os mercados locais da Indonésia continuaram a sua atividade mesmo depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter apelado ao fim da comercialização de animais mamíferos selvagens. “Os animais, particularmente os selvagens, são a fonte de mais de 70% de todas as doenças infeciosas emergentes em humanos, muitas das quais são causadas por novos vírus”, indicou a OMS.
De acordo com a Four Paws, os trabalhadores destes mercados não usam luvas para manusearem animais vivos ou mortos e as bermas das estradas estão “parcialmente cobertas com partes de corpos de animais e o chão com poças de sangue e vermes”.
A Indonésia, saliente-se, tem registado números recordes de infeções e mortes por Covid-19, numa altura em que os hospitais perto do colapso.
Por exemplo, um hospital em Bandung, na ilha de Java, anunciou domingo à noite que, devido à falta de fornecimento de oxigénio, não poderia aceitar mais pacientes com problemas respiratórios durante os próximos dias.
Mercados de rua na Indonésia© Reprodução
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