UE apela ao governo do Sudão do Sul a "fazer mais" pela paz

O chefe da diplomacia da União Europeia felicitou hoje o povo do Sudão do Sul e o seu governo pelo 10º aniversário do mais jovem país do mundo, mas sublinhou que Juba pode "fazer mais" pela paz.

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Lusa
09/07/2021 12:29 ‧ 09/07/2021 por Lusa

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UE/Sudão

 

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"Exatamente há dez anos, foi fundada a nação mais jovem de África. A UE felicita o povo e o governo do Sudão do Sul por ocasião do 10º aniversário da sua independência", começa por afirmar Josep Borrel num comunicado divulgado hoje.

Bruxelas sublinha que "continua" a apoiar a implementação de "reformas muito necessárias e há muito esperadas", e em seguida sublinha que "mais pode ser feito pelo governo [do Sudão do Sul] no cumprimento da sua promessa de paz e desenvolvimento e para enfrentar os desafios socioeconómicos, políticos e ambientais do país e da sua população".

O texto do Alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança enumera os "desafios" que Juba deve encarar com urgência, que incluem "a unidade com forças armadas inclusivas e unificadas; instaurar a democracia através do estabelecimento de instituições democráticas funcionais, incluindo órgãos legislativos".

Num país tomado pela corrupção e nas mãos de senhores da guerra que controlam para benefício próprio, económico e político, vastas áreas de território rico em recursos naturais, como petróleo, madeiras exóticas ou minérios, ganha particular relevância o apelo de Borrel a que sejam prestados "serviços ao povo, incluindo através da gestão transparente e sustentada dos recursos públicos".

O Sudão do Sul, onde mais trabalhadores de organizações humanitárias foram mortos nos últimos anos, encontra-se espartilhado em fragmentos de território sob o controlo do poder em Juba, liderado pelo Presidente Salva Kiir, mas também pelas forças da Exército de Libertação do Povo do Sudão na Oposição (SPLA-IO) do vice-presidente Riek Machar, assim como pelos exércitos particulares de vários senhores da guerra, ou "generais", alinhados ou não com as duas principais etnias do país, os Dinka, de Kirr (agricultores), e os Nuer, de Machar (pastores).

O comunicado do Alto representante apela ainda à proteção do povo do Sudão do Sul "através da instalação dos mecanismos de confiança da aplicação da lei e da justiça no pleno respeito dos direitos humanos por todos os atores estatais e não estatais", garantindo que "a UE tem estado e continua empenhada em ajudar o povo do Sudão do Sul a cumprir a sua aspiração à paz e prosperidade e a construir um país estável e democrático".

"A UE reafirma a sua disponibilidade para aprofundar a sua parceria com o Sudão do Sul e apoiar a população na superação dos desafios existentes, incluindo a violência generalizada, a insegurança alimentar, as inundações e os surtos epidémicos", conclui Josep Borrel.

O país mais jovem do mundo, 193.º estado-membro das Nações Unidas, declarado independente em 9 de julho de 2011, comemora hoje dez anos, mas não tem razões para celebrar o seu "dia nacional".

O Sudão Sul mergulhou numa guerra civil em finais de 2013, da qual saiu, mais no papel do que na realidade, em setembro de 2018, com a assinatura de um acordo de paz dito "revitalizado", e contabiliza desde a independência em 2011 cerca de 400 mil mortos, 2,2 milhões refugiados e 1,4 milhões de deslocados internos, segundo o Norwegian Refugee Council.

 

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