"Um mês depois do que historicamente se chamou a queda do México-Tenochtitlán, nós, juntamente com o Governo do México, iremos comemorar a 13 de agosto os 500 anos de resistência de nossos povos indígenas", anunciou hoje Cláudia Sheinbaum, presidente da autarquia da Cidade do México, citada pela agência de notícias espanhola EFE.
Segundo Sheinbaum, o evento contará com várias atividades e debates, que começam já esta semana, para "questionar a palavra conquista" e analisar "a chegada dos espanhóis", lembrando que essa conquista foi "violenta".
"Temos que desmistificar muito do que eles nos incutiram e colocá-lo em debate", disse Sheinbaum durante uma conferência de imprensa para anunciar o evento.
A visão da autarca coincide com a do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que já em 2019 solicitou, por carta, ao Rei da Espanha Felipe VI e ao Papa Francisco que pedisse desculpas aos indígenas pela conquista do atual México, algo em que continua a insistir até hoje.
Também a vereadora da cultura da capital, Vannesa Bohórquez, exortou a população a participar nas comemorações sobre um período que vê como uma "implacável investida de violência e desapropriação".
Já José Alfonso Suárez, secretário de Governo da capital, disse desejar que a comemoração dos 500 anos coloque "na dimensão certa" o passado "glorioso" e "incompreendido" pelos europeus.
Os eventos que se prolongam até agosto contam com um ciclo de debates - entre 15 de julho e 5 de agosto - sobre os povos indígenas, as mulheres indígenas ou a guerra pelo México-Tenochtitlán, onde fica atualmente a Cidade do México.
A 26 de julho, será realizado no Zócalo, na capital, um evento para reivindicar a fundação de Tenochtitlan com grupos que homenageiam o povo mexicano.
Serão também inaugurados mosaicos nas ruas para comemorar momentos históricos da capital e os edifícios do Governo estarão iluminados durante a maratona de eventos.
As iniciativas hoje anunciadas juntam-se assim às celebrações dos 700 anos da fundação de Tenochtitlan e aos 200 anos da independência do México.
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