Guiné-Bissau. UNTG volta à greve em agosto para dar "balão de oxigénio"

A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG) vai convocar 15 dias de greve para agosto para dar um "balão de oxigénio" ao Governo, disse hoje o Yasser Turé, vice-secretário-geral da principal central sindical do país.

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Lusa
28/07/2021 14:57 ‧ 28/07/2021 por Lusa

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"Depois de constatar o esforço que o Governo está a fazer para responder às exigências da central sindical, ontem (terça-feira) numa reunião decidimos que vamos mostrar a nossa flexibilidade e não vamos mandar um pré-aviso de greve para 30 dias, mas um para 15 dias", afirmou Yasser Turé.

Segundo o líder sindical, a UNTG está a dar um "balão de oxigénio" ao Governo, porque também sabe qual é a situação e a condição socioeconómica do país.

"Estamos a dizer ao Governo de uma certa forma que compreendemos e também valorizamos o esforço que estão a fazer, mas é necessário continuarmos até ao fim", salientou.

Yasser Turé, que também é presidente da comissão organizadora dos protestos da central sindical, falava aos jornalistas durante a manifestação que hoje se realizou em Bissau com dezenas de pessoas a reivindicarem melhores condições de vida.

"Em primeiro lugar estamos a mostrar a resiliência do povo da Guiné-Bissau, estamos a demonstrar que desta vez vamos cumprir com as nossas obrigações no processo democrático e também estamos a trazer uma mensagem à população de que não estamos de acordo com o caminho que o país está a fazer", disse, salientando que as políticas praticadas têm de refletir o desejo das pessoas.

Sublinhando que a "vida está insustentável", Yasser Turé afirmou que é difícil para um chefe de família olhar para os filhos e mulher e cumprir com as suas obrigações.

"Numa democracia no século XXI, o que estamos a assistir é que existe uma total assimetria entre o que os dirigentes estão a propor à população e o que a população está a procurar", afirmou.

A central sindical tem convocado, desde dezembro, ondas de greves gerais na função pública, para exigir do Governo, entre outras reivindicações, a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, melhoria de condições laborais e o aumento do salário mínimo dos atuais 50.000 francos cfa (76 euros) para o dobro.

A próxima manifestação realiza-se a 03 de agosto, feriado nacional, que assinala o massacre de Pindjiguiti, quando a polícia colonial portuguesa reprimiu um protesto de trabalhadores guineenses, provocando a morte a pelo menos 50 pessoas.

Leia Também: Covid-19: Guiné-Bissau regista mais 69 novos casos

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