Rende-se à polícia o homem que dizia ter bomba junto ao Capitólio
O homem que afirmava ter uma bomba numa carrinha estacionada próximo do Capitólio, na capital federal dos Estados Unidos, rendeu-se aos agentes da polícia, pondo fim a impasse de várias horas hoje.
© Elizabeth Frantz/Reuters
Mundo Estados Unidos
O homem, identificado pela polícia como Floyd Ray Roseberry, de 49 anos, natural de Grover, no Estado da Carolina do Norte, saiu do veículo e estava a ser levado para custódia policial pouco antes das 14:30 locais (19:30 em Lisboa).
Roseberry tinha parado a carrinha, que não tinha placas de matrícula, em cima do passeio em frente à Biblioteca do Congresso e disse à polícia que tinha uma bomba, e um agente viu o que lhe pareceu ser um detonador na mão dele.
Durante cerca de cinco horas, o homem esteve em comunicação com os negociadores da polícia, escrevendo notas a partir do interior da carrinha e mostrando-as às autoridades.
Enquanto decorriam as negociações, foi divulgado na rede social Facebook um vídeo de Roseberry dentro da carrinha, que estava cheia de moedas e caixas. Ele fazia ameaças de explosões, proferia ameaças contra o Governo e falava do que acredita serem os males do país, incluindo a posição dos Estados Unidos no Afeganistão, o sistema de saúde e as Forças Armadas.
Dizia que os democratas deviam abandonar o poder, mas também que adorava o Presidente, o democrata Joe Biden.
O Facebook retirou o vídeo algumas horas depois de este ter sido aparentemente filmado. Roseberry não parecia ter qualquer exigência específica às autoridades além de falar com Biden.
A sua ex-mulher, Crystal Roseberry, declarou ter visto imagens do homem na carrinha junto ao Capitólio e confirmou à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) que se tratava do ex-marido. Disse que não tinha conhecimento de que ele alguma vez tivesse tido explosivos, mas que era um ávido colecionador de armas de fogo.
A polícia evacuou vários edifícios naquela área e enviou atiradores furtivos para a zona próxima do Capitólio e do Supremo Tribunal.
O Congresso está em intervalo de sessão esta semana, mas os funcionários foram vistos a abandonar a área calmamente sob a orientação das autoridades.
A capital federal norte-americana tem estado sob tensão desde a invasão de 06 de janeiro do Capitólio por apoiantes do então Presidente Donald Trump.
O gradeamento que tinha sido instalado em redor dos terrenos do Capitólio esteve lá durante meses, mas foi retirado este verão.
Um dia antes de milhares de manifestantes pró-Trump invadirem o Capitólio, foram deixadas bombas nas sedes do Comité Nacional Democrata e do Comité Nacional Republicano em Washington. Não foi feita, até agora, qualquer detenção relacionada com a colocação de tais bombas.
O Comité Nacional Republicano, que não fica longe do local onde está hoje estacionada a carrinha, foi também evacuado devido à ameaça.
A área foi vedada por viaturas da polícia e barricadas, e vários carros dos bombeiros e ambulâncias foram colocados nas proximidades. Também responderam à emergência a Polícia Metropolitana do District of Columbia, a polícia federal norte-americana (FBI) e o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos.
A Casa Branca indicou estar a acompanhar a situação e a receber atualizações das autoridades policiais.
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