Um responsável da Casa Branca disse, em comunicado, que na reunião também foram analisados os esforços diplomáticos, a situação de segurança e últimas informações sobre a situação no país.
Biden e a sua vice-Presidente, Kamala Harris, foram também informados sobre a operação de repatriamento dos americanos e dos seus parceiros afegãos do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, capital do país.
Os oficiais de segurança nacional informaram que as forças norte-americanas retiraram 7.000 pessoas do Afeganistão desde 14 de agosto e 12.000 desde o final de junho.
A reunião com Biden e Harris contou com a presença dos secretários de Estado, Antony Blinken, e de Defesa, Lloyd Austin, bem como do chefe do Estado-Maior, general Mark Milley, do diretor dos Serviços de Informações, Avril Haines, e do conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
O Pentágono disse hoje que os EUA tinham conseguido acesso adicional ao aeroporto de Cabul para acelerar a evacuação.
De acordo com os dados de que dispões, existem atualmente mais de 5.200 militares dos EUA na capital afegã e o seu aeródromo permanece "seguro e aberto para operações de voo".
Ainda, segundo o Pentágono, os talibãs não estão a interferir no processo de repatriamento dos americanos, embora tenham admitido que há relatos de que estão a bloquear o acesso ao aeroporto aos afegãos que querem partir em voos dos EUA.
Biden disse que as tropas norte-americanas poderiam permanecer em Cabul depois de 31 de agosto para completar a retirada de cidadãos norte-americanos, numa entrevista dada à ABC News realizada na quarta-feira.
Segundo o Presidente, há ainda 10.000 a 15.000 americanos no Afeganistão, que precisam de ser repatriados, além de 50.000 a 65.000 afegãos e suas famílias que os Estados Unidos querem retirar do país.
Kirby salientou hoje que ainda não foi tomada qualquer decisão para alterar o prazo de 31 de agosto para completar a retirada de todas as tropas dos EUA do Afeganistão.
Os EUA foram forçados a acelerar a retirada dos restantes americanos no Afeganistão e seus aliados, e, por isso, tiveram de ser enviados reforços militares para garantir a segurança do aeroporto, na sequência do rápido avanço dos talibãs, que passaram a controlar no último domingo.
Os chefes da diplomacia dos sete países mais ricos do mundo (G7) apelaram hoje aos talibãs para que garantam a passagem e a "segurança" dos estrangeiros e afegãos que desejam sair do Afeganistão, país controlado desde domingo pelos radicais.
"Os ministros [dos Negócios Estrangeiros] do G7 apelaram aos talibãs para que garantam a passagem segura dos estrangeiros e dos afegãos que desejam partir" do território afegão, referiu Dominic Raab, o chefe da diplomacia do Reino Unido (país que detém atualmente a presidência rotativa do G7), numa declaração.
O grupo do G7 é composto pelo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA).
Após uma ofensiva relâmpago, os talibãs tomaram Cabul no domingo passado, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão, 20 anos depois de terem sido expulsos pelas forças militares estrangeiras (EUA e NATO).
Foi o culminar de uma ofensiva que ganhou intensidade a partir de maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'Sharia' (lei islâmica), teme-se agora que os radicais voltem a impor um regime de terror, nomeadamente ao nível dos diretos fundamentais das mulheres e das raparigas.
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