Argélia suspende emissão de mais duas televisões por "falta de ética"

As autoridades da Argélia suspenderam na segunda-feira a credenciação de duas cadeias nacionais de televisão privada, a Al Bilad TV e a El Djazaïria One, acusando-as de "falta de ética profissional".

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Lusa
24/08/2021 06:17 ‧ 24/08/2021 por Lusa

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De acordo com a agência espanhola de notícias, a Efe, a decisão anunciada pelo Ministério da Comunicação foi aplicada na sequência das decisões da Autoridade de Regulação Audiovisual.

No caso da El Djazaïria One, o encerramento "imediato e definitivo" foi decretado pelo desrespeito das "condições de segurança pública", no seguimento da aquisição de capital de várias televisões por parte de um dos principais acionistas da estação televisiva.

Já a Al Bilad TV será suspensa a partir de hoje por um período de uma semana devido à difusão de conteúdo violento sem ter em conta a proteção de menores.

Esta foi a sexta sanção do género contra as televisões que operam no país desde junho, quando o canal El Hayat TV foi suspenso por sete dias depois de transmitir uma entrevista com um antigo deputado que questionou a integridade de vários políticos e militares no país.

Ainda em junho, o canal televisivo francês France 24 foi suspenso um dia depois de terem ocorrido eleições legislativas, a 12 de junho, que o governo argelino apresentou como o começo de "uma nova Argélia", para pôr fim ao movimento social de contestação "Hirak".

Em março passado, o Ministério da Comunicação tinha já feito uma advertência à France 24, acusando o canal de "flagrante parcialidade" na cobertura das manifestações "Hirak", que exigem o fim do regime militar que controla a Argélia desde a independência de França, em 1962.

Com a aproximação da data das eleições, o regime decidiu terminar com o "Hirak", o inédito levantamento popular antissistema, que também apelou ao boicote eleitoral e agora acusado de ser constituir um "magma contra-revolucionário" instrumentalizado por "setores estrangeiros" hostis à Argélia.

Nas vésperas das eleições multiplicaram-se também as detenções de ativistas e, segundo o Comité Nacional para a Libertação dos Detidos (CNLD), cerca de 300 pessoas estão atualmente na prisão por envolvimento no movimento de protesto ou por factos relacionadas com as liberdades individuais.

Leia Também: Argélia dá como extintos incêndios que provocaram vários mortos

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