"Evidentemente não temos intenção de nos imiscuirmos nos assuntos internos do Afeganistão, muito menos de arrastar as nossas forças armadas para um conflito de todos contra todos", disse Putin durante o congresso federal do seu partido, o Rússia Unida, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Os talibãs tomaram a capital do Afeganistão, Cabul, no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO. No mesmo dia o Presidente afegão Ashraf Ghani fugiu do país.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada por Washington contra o regime extremista dos talibãs (1996-2001), que acolhia o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, cérebro dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Putin recordou "a experiência" no Afeganistão da URSS, que invadiu o país da Ásia Central em 1979 e o abandonou em 1989. A retirada é considerada como um dos fatores que desencadearam a desintegração da União Soviética.
"Aprendemos as lições necessárias", assinalou.
Admitindo que a situação no Afeganistão é "complicada" e "preocupante", o Presidente russo disse que Moscovo e os seus parceiros acompanham "atentamente" os acontecimentos naquele país, onde ainda está presente a ameaça do terrorismo internacional.
"Existe o perigo dos terroristas e outros grupos que se refugiam no Afeganistão aproveitarem o caos provocado pelos nossos colegas ocidentais e tentarem iniciar uma escalada nos países vizinhos. E isso seria uma ameaça direta ao nosso país e aos nossos parceiros", referiu.
Putin lembrou ainda as ameaças que constituem a imigração ilegal e o tráfico de droga.
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