As mortes dos dois jovens, com 19 e 22 anos de idade, provocaram indignação no país e levaram à realização de protestos, alguns violentos, contra a brutalidade policial.
Os dois agentes da polícia - quatro homens e duas mulheres - declararam-se inocentes perante um tribunal em Nairobi e permanecerão sob custódia até que os seus pedidos de libertação condicional sejam analisados, em 22 de setembro, noticia hoje a agência France-Presse (AFP).
Os dois jovens tinham sido vistos pela última vez no primeiro domingo de agosto, quando foram presos pela polícia por terem, alegadamente, violado o recolher obrigatório no país, que vigora entre as 22:00 e as 04:00.
Os seus corpos foram encontrados poucos dias depois por membros da família na morgue local, segundo grupos de defesa dos direitos humanos.
A polícia na cidade central de Embu disse que os dois jovens tinham saltado de um veículo em movimento, uma hipótese rejeitada pelos familiares das vítimas.
As suas mortes geraram protestos no condado de Embu e noutros locais, levando, inclusive, a que um veículo da polícia fosse incendiado.
Pelo menos uma pessoa morreu depois de a polícia ter disparado para dispersar os manifestantes.
Os grupos de defesa dos direitos humanos têm denunciado a violência por parte das forças de segurança na aplicação das medidas contra a covid-19, dizendo que se tratada, também ela, de uma pandemia.
Um comunicado de várias organizações locais refere que há suspeitas de pelo menos 25 mortes relacionadas com a aplicação de medidas de contenção da covid-19.
Em agosto, as autoridades quenianas anunciaram que estavam a realizar uma investigação à morte de um taxista de 38 anos, alegadamente espancado por polícias por ter quebrado o recolher obrigatório.
Tal como no caso dos dois jovens, também a descoberta do corpo do taxista levou a protestos violentos no país.
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