Assinada menos de uma semana depois da entrada em vigor de uma norma controversa sobre o aborto naquele estado norte-americano, a lei visa, de acordo com os apoiantes republicanos, tornar as eleições mais seguras e harmonizar as regras naquele estado com 29 milhões de habitantes.
A lei enquadra-se, todavia, num movimento mais vasto nos Estados Unidos que é alimentado por alegações infundadas de fraude maciça nas eleições presidenciais de 2020 espalhadas pelo derrotado candidato republicano Donald Trump. Desde janeiro, pelo menos 18 estados aprovaram 30 leis eleitorais restritivas e dezenas de outras estão a ser revistas, de acordo com o grupo de reflexão do Centro Brennan para a Justiça.
Em particular, a lei texana proíbe o voto "drive-in", que se generalizou em 2020 durante a pandemia de covid-9 para evitar longas filas, e coloca numerosas restrições ao voto por procuração.
Para os detratores do diploma, estas restrições visam principalmente as disposições que facilitam o voto das minorias, nomeadamente afro-americanos, que são geralmente mais favoráveis aos democratas.
Estes últimos prometeram iniciar procedimentos legais para bloquear a lei, mas o governador Greg Abbott disse estar "extremamente confiante" de que a lei seria "validada em tribunal".
"Torna mais fácil votar", referiu na terça-feira em frente às câmaras em Tyler, no Texas. "A ninguém que seja elegível para votar será negada a oportunidade de votar. Torna-se mais difícil para os aldrabões depositarem um boletim de voto voto irregular", acrescentou.
O governador republicano salientou que a nova lei permitiria votar durante doze dias antes de uma eleição e que alguns eleitores poderiam ter a oportunidade de votar durante o horário de trabalho (as eleições federais realizam-se às terças-feiras nos EUA).
Os democratas não estão convencidos e alegam que a lei irá "complicar ainda mais" o acesso dos texanos às urnas, disse o líder democrata na Câmara do Texas, Chris Turner.
Durante o exame desta lei na primavera, Joe Biden tinha denunciado um "assalto à democracia". Algumas disposições altamente controversas foram, entretanto, retiradas.
É neste mesmo vasto estado sulista que entrou em vigor na semana passada uma lei que ilegaliza a grande maioria dw interrupçõea voluntárias de gravidez.
Também aqui, a administração Biden denunciou a lei, mas a Casa Branca tem poucas possibilidades da inviabilizar.
Leia Também: Justiça ameaça aplicar lei contra norma do Texas que impede abortos