"A presença do Estado Islâmico e de organizações terroristas perto da nossa fronteira não será tolerada", afirmou num discurso transmitido na televisão estatal iraniana.
"A presença da EI no Afeganistão é perigosa, não só para o Afeganistão, mas também para a região", acrescentou Raissi, no final de uma visita oficial ao Tajiquistão, onde se realizaram reuniões entre os aliados da Rússia e da China para discutir o regresso dos talibãs ao poder, o que está a causar preocupação na Ásia Central.
Os talibãs tomaram o poder em Cabul, em 15 de agosto, após uma rápida campanha militar, tirando partido do vazio deixado pela retirada das tropas norte-americanas e o colapso do exército afegão.
A República Islâmica do Irão partilha uma fronteira com mais de 900 quilómetros com o Afeganistão e teve uma relação controversa com os talibãs durante o seu domínio de um Emirado Islâmico do Afeganistão (1996-2001), que Teerão nunca reconheceu.
O Irão, um xiita, parece, no entanto, estar a caminhar para uma aproximação com o grupo islâmico sunita há vários meses em nome do pragmatismo, acreditando que os talibãs deveriam fazer "parte da solução futura" no Afeganistão.
Estes últimos formaram um Governo composto inteiramente de talibãs, quase todos eles de etnia pashtuns.
"Um Governo pertencente a apenas um grupo étnico ou político não pode resolver os problemas do Afeganistão", disse hoje Raissi, apelando a um governo inclusivo com a participação de todos os afegãos.
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