Afeganistão: CIA alertou para eventual presença de civis antes de ataque

A CIA alertou para a possível presença de civis, incluindo menores, minutos antes do ataque dos Estados Unidos com um avião não tripulado ('drone') em Cabul, na qual morreram 10 pessoas.

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Lusa
19/09/2021 00:06 ‧ 19/09/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

A informação foi avançada pela cadeia de televisão CNN, que cita três fontes conhecedoras do assunto.

De acordo com o canal de televisão, responsáveis dos serviços de informações acompanharam durante oito horas, em 29 de agosto, os movimentos do condutor da viatura atacada, Ezmarai Ahmadi, um trabalhador de uma ONG norte-americana, por ter tido um breve contacto com várias pessoas, no que os Estados Unidos acreditavam ser uma casa segura do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

As suspeitas contra Ahmadi fizeram com que os comandantes militares tivessem interpretado mal os seus movimentos: viram carregar garrafas de água na parte detrás do veículo pensando que eram explosivos.

Além disso, acreditaram que uma segunda explosão depois de o 'drone' ter atacado o seu carro tinha sido provocada pelo que consideravam ser explosivos na parte traseira do veículo, quando na realidade era provavelmente um tanque de gás propano atrás da viatura estacionada, disse a CNN.

O alerta da CIA chegou demasiado tarde, segundos antes do míssil disparado pelo 'drone' norte-americano ter atingido a viatura, provocando a morte a 10 civis, entre os quais sete crianças.

Contactada pela CNN, a CIA escusou-se a comentar a informação, tal como o Comando Central (CENTCOM) das Forças Armadas norte-americanas.

Nas semanas seguintes ao bombardeio, o Pentágono insistiu que tinha sido um ataque "justificado" contra um objetivo terrorista conformado, sem descartar que pudesse haver algum civil morto.

No entanto, na sexta-feira, o general Kenneth McKenzie, líder do Comando Central das forças norte-americanas no Afeganistão, reconheceu o "erro trágico" e assumiu "responsabilidade total".

O ataque aconteceu três dias depois de 13 militares norte-americanos terem sido mortos e 18 ficado feridos num atentado do Estado Islâmico no aeroporto de Cabul, onde houve dezenas de vítimas afegãs.

Os Estados Unidos concluíram em 30 de agosto a retirada dos seus nacionais e colaboradores afegãos do país e das tropas depois de 20 anos no Afeganistão.

Leia Também: Famílias de afegãos consideram insuficientes pedido de desculpas dos EUA

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