"Os ataques aéreos visaram as torres de comunicação e equipamento de comunicação da Agência de Segurança de Redes (Insa) e foram bem sucedidos", escreveu a agência estatal de notícias etíope, dando conta de pelo menos três mortos e vários feridos.
"Foram implementadas com sucesso medidas para prevenir baixas civis durante os ataques aéreos" sobre as infraestruturas de comunicação utilizadas pela Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) na capital da região, Mekele, acrescenta-se ainda na notícia.
Apesar da notícia, um porta-voz do governo etíope descreveu os relatos de ataques aéreos em Mekele, feitos por fontes diplomáticas, humanitárias e médicas, como uma "mentira total".
Os ataques aéreos ocorreram após ter sido lançada uma nova ofensiva militar contra as forças de Tigray, que têm vindo a combater as forças etíopes e aliadas há quase um ano.
Também o chefe do hospital de Ayder, Hayelom Kebede, a principal unidade de saúde na cidade de Mekele, confirmou os ataques afirmando que o ataque fez, até ao momento, "três mortos" e "muitas vítimas".
O Governo etíope garantiu, no entanto, que "não há nenhuma razão ou plano para atingir civis em Mekele, que faz parte da Etiópia e onde vivem os nossos próprios cidadãos, isto é uma mentira total", disse o diretor do departamento de comunicações do Governo, Legesse Tulu, à agência France-Presse (AFP).
Não havia combates na região de Mekele desde finais de junho, quando as forças de Tigray retomaram grande parte da região e as tropas etíopes se retiraram.
Desde então, o Governo federal da Etiópia requisitou todos os cidadãos capazes de cumprir serviço militar.
Os militares de Tigray dominaram o Governo nacional durante 27 anos até terem sido depostos pelo primeiro-ministro Abiy Ahmed.
A região de Tigray, juntamente com as atuais áreas de combate nas regiões vizinhas de Amhara e Afar, estão sob um 'blackout' de comunicações, o que torna difícil a verificação de informações.
As forças do Tigray disseram que estão a tentar pressionar o Governo da Etiópia a levantar o bloqueio imposto à região desde a viragem na guerra em junho.
Testemunhas da região de Amhara têm denunciado mortes porta a porta e outras atrocidades contra civis pelos militares de Tigray, que os residentes atribuem às forças etíopes e aos seus aliados.
Os novos ataques surgem apesar das pressões das Nações Unidas, dos Estados Unidos, da União Europeia e de outras nações africanas para um cessar-fogo, conversações e acesso humanitário.
Há um mês, os EUA ameaçaram uma nova ronda de sanções específicas se não fossem tomadas rapidamente medidas para atingir esses objetivos.
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