"Parámos, desde esta manhã, o processamento de carga por causa da ameaça em resultado do anúncio do Conselho Constitucional, em termos de confirmação dos resultados eleitorais em Moçambique", salientou esta noite à imprensa o comissário Michael Masiapato.
O responsável pela Autoridade de Gestão de Fronteiras da África do Sul (BMA, na sigla em inglês) indicou que o contingente de guardas fronteiriços conta com o reforço do Serviço de Polícia Sul-Africano (SAPS) e militares da Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF).
"Estaremos aqui durante toda a noite e vamos definitivamente garantir que não há qualquer ameaça à segurança do posto de fronteira [de Lebombo, próximo de Ressano Garcia, no lado moçambicano]", frisou.
De acordo com o responsável sul-africano, a África do Sul estabeleceu uma rota alternativa através do posto de Mananga, na fronteira com o reino de Essuatíni, no caso de receberem indicações nesse sentido das autoridades moçambicanas.
O anúncio das autoridades sul-africanas ocorre depois de o Conselho Constitucional de Moçambique ter validado hoje a vitória nas eleições gerais de 09 de outubro da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder há meio século, desencadeando de imediato distúrbios violentos em Moçambique por parte dos eleitores que contestam os resultados oficiais.
Os juízes do Conselho Constitucional validaram o candidato presidencial do partido no poder em Moçambique, Daniel Chapo, com cerca de 65 por cento dos votos, revendo em baixa os resultados iniciais anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral na ordem de 71 por cento dos votos.
A violência pós-eleitoral já provocou mais de 130 mortos.
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