"Não é uma questão de 30 ou 40 anos, é agora, é nesta década, em que temos de fazer melhor. Se não, vamos atingir marcos irreversíveis", disse Von der Leyen, numa conferência de imprensa em vésperas da COP26, que começa no domingo em Glasgow, no Reino Unido.
A presidente da Comissão Europeia - que representa o executivo comunitário na cimeira de líderes mundiais, em 01 e 02 de novembro, que inaugura oficialmente a COP26 -- salientou ainda que Bruxelas irá pressionar todas as partes a cumprir os seus compromissos ao abrigo do Acordo de Paris e a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa.
"Instaremos também os países desenvolvidos a aumentar o seu financiamento climático para cumprir a meta de 100 mil milhões de dólares acordada em Paris, para a qual a União Europeia (UE) já contribui com mais de 25 mil milhões de dólares (mais 21,5 mil milhões de euros)", salientou também.
Desde 2010, as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram 1,3% por ano, com um pico de 2,6% em 2019, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ursula von der Leyen disse ainda que "o ponto de partida não é bom", nem financeiramente nem em termos de clima, denunciando uma falta de ambição ambiental e de financiamento.
A líder do executivo comunitário avisou ainda que quanto mais se espera, mais cara será a transição para a energia de fontes renováveis.
O vice-presidente da Comissão Frans Timmermans irá liderar a equipa negocial da UE, em cujo pavilhão estão previstos 150 eventos à margem da conferência de Glasgow.
A União Europeia (UE) apresenta-se na cimeira do clima da ONU, em Glasgow, com o que garante ser "o mais alto nível de ambição", e a Lei do Clima, aprovada durante a presidência portuguesa do Conselho, para o mostrar.
A Lei Europeia do Clima, que entrou em vigor em julho depois de um acordo alcançado em abril entre a presidência portuguesa do Conselho e o Parlamento Europeu (PE), consagra na legislação da UE o seu compromisso para com a neutralidade climática até 2050 e a meta intermédia de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% até 2030.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se, entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª conferência ONU sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre cinco anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7ºC.
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