Rússia e Turquia devem retirar mercenários da Líbia "sem demora"

O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu hoje que a Turquia e a Rússia devem retirar "sem demora" da Líbia os seus mercenários, cuja presença "ameaça a estabilidade e a segurança do país e de toda a região".

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Lusa
12/11/2021 21:23 ‧ 12/11/2021 por Lusa

Mundo

Emmanuel Macron

"De facto, foi dado um primeiro passo, com o anúncio ontem (quinta-feira) da retirada de 300 mercenários" ao serviço do lado do homem-forte do leste líbio, Khalifa Haftar, sublinhou Macron em declarações à imprensa no final de uma conferência internacional sobre a Líbia em Paris.

"Mas não foi mais que um princípio: a Turquia e a Rússia devem também retirar sem demora os seus mercenários e as suas forças militares, cuja presença ameaça a estabilidade e a segurança do país e de toda a região", frisou.

A conferência apoiou "o plano líbio de partida das forças e mercenários estrangeiros", indicou o chefe de Estado francês.

Segundo o Eliseu, encontram-se ainda na Líbia vários milhares de mercenários russos -- do grupo privado Wagner -, sírios pró-turcos, chadianos e sudaneses.

Mas a Turquia não tem pressa de iniciar a retirada das suas forças. O Kremlin, por sua vez, desmente qualquer envio de militares ou mercenários para a Líbia, bem como qualquer ligação ao grupo Wagner.

"Há algumas reticências do lado turco. Será positivo vermos uma primeira retirada, isso servirá de exemplo, mostrará que as coisas começaram", acrescentou a chanceler alemã, Angela Merkel, na conferência de imprensa.

A comunidade internacional, reunida em Paris no quadro de uma conferência sobre a Líbia, apelou hoje à realização de eleições "inclusivas e credíveis" no país, marcadas para dezembro, e ameaçou com sanções todos os que criarem obstáculos.

"É importante que todas as partes interessadas da Líbia se mobilizem resolutamente em favor da organização de eleições presidenciais e legislativas livres, justas, inclusivas e credíveis a 24 de dezembro de 2021", sublinharam os líderes e ministros de cerca de 30 países, protagonistas ou mediadores na crise líbia.

Trezentos "mercenários e combatentes estrangeiros" ativos em áreas controladas por Khalifa Haftar vão ser repatriados "a pedido da França".

"O comando do Exército Nacional da Líbia (ANL, leal ao marechal Haftar) decidiu enviar [para fora da Líbia] um primeiro grupo de 300 mercenários e combatentes estrangeiros", indicaram, num comunicado, representantes desta força militar.

O comunicado foi divulgado por representantes do lado de Haftar no "Comando Militar Misto Líbio (5+5)", uma estrutura que reagrupa cinco membros do Governo de Tripoli e outros tantos do ANL e que está encarregue de aplicar o acordo de cessar-fogo assinado pelas duas partes em outubro de 2020.

Na guerra entre potências rivais no Ocidente e no Leste em 2019 e 2020, a Turquia apoiou o antigo governo com sede em Trípoli, enquanto Haftar recebeu ajuda dos Emirados Árabes Unidos, Rússia e Egito.

Leia Também: Macron e Harris unidos em defesa do multilateralismo contra a pandemia

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