"Foi alcançado um acordo político entre o general Burhane, Abdallah Hamdok, forças políticas e organizações da sociedade civil para o regresso de Hamdok ao cargo e a libertação dos presos políticos", disse um responsável do partido Umma Fadlallah Burma, à agência de notícias France-Presse.
Além da reintegração de Hamdok no cargo, o acordo estabelece a libertação dos detidos e o regresso ao consenso político, legal e constitucional que geriu o período de transição, lançado depois de o regime do general Omar al-Bashir ter sido deposto em 2019 pelo exército, de acordo com um declaração emitida pelo grupos de mediadores sobre os principais pontos do acordo.
"O acordo será formalmente anunciado ainda hoje, após a assinatura dos seus termos e da declaração política que o acompanha", indicou a mesma declaração.
A 25 de outubro, o chefe do exército, general Burhan, mandou prender quase todos os civis no poder, pôs fim à união formada por civis e militares e declarou o estado de emergência. Hamdok, que liderava o governo de transições, foi colocado sob prisão domiciliária.
Desde o golpe, os protestos contra o exército e o apelo ao regresso do governo civil têm decorrido sobretudo em Cartum.
Pelo menos 40 civis foram mortos e centenas ficaram feridos na repressão pelas forças de segurança dos protestos, de acordo com números de uma comissão de médicos.
A comunidade internacional denunciou a repressão e apelou para um regresso do governo civil.
No sábado, centenas de manifestantes marcharam em Cartum Norte, um subúrbio da capital, erguendo barricadas nas ruas e incendiando pneus. "Não ao domínio militar", gritavam.
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