O procurador de Paris anunciou a abertura da investigação sem que fosse apresentada qualquer queixa.
Pelo menos seis mulheres, incluindo uma menor na altura dos factos, acusam o ex-governante, regularmente classificado como "personalidade favorita dos franceses" por uma sondagem anual.
Numa reportagem de 62 minutos transmitidas na noite de quinta-feira no programa de investigação "Envoyé spécial" ("Enviado especial", em tradução simples) no canal de televisão France2, no qual três mulheres testemunharam, duas delas com os rostos descobertos.
Sylvia conta que foi agredida sexualmente em 1989, aos 16 anos, por Nicolas Hulot, no seu automóvel, após ter sido convidada a assistir a um programa de rádio, em Paris, do qual era apresentador.
Por sua vez, Cécile conta ter sofrido em 1998, num táxi em Moscovo (Rússia), as agressões do também antigo apresentador do programa sobre ambiente "Ushuaia", que, segundo a mesma, "tocava nos seios, na virilha", quando tinha 23 anos.
Uma terceira mulher, que afirma ter trabalhado com o ex-ministro em 2001, diz que Nicolas Hulot a beijou "na boca" de surpresa, após uma reunião de trabalho.
Duas outras mulheres, a antiga apresentadora de televisão Maureen Dor e uma ex-funcionária do canal privado TF1, também enviaram ao programa "Enviado especial" depoimentos escritos sobre factos de que acusam Nicolas Hulot.
A abertura de investigações sem que seja necessário a apresentação de queixas é um hábito que o Ministério Público de Paris adota há alguns anos, a partir do momento em que é mencionada uma vítima menor, o que acontece neste caso, nomeadamente para verificar se não existem outras.
As investigações, confiadas à Convenção para Regular a Tutela dos Menores, terão como objetivo "determinar se os fatos denunciados podem caracterizar crime e se, em razão da antiguidade, se adquire a prescrição de ação pública", especificou o procurador.
Também na sexta-feira a escritora francesa Florence Porcel entrou com uma ação contra Patrick Poivre d'Arvor, apresentador estrela do noticiário televisivo de maior audiência em França durante 22 anos, abrindo caminho para um novo inquérito.
Florence Porcel, de 38 anos, acusa o ex-apresentador estrela do canal de notícias TF1 de ter feito sexo forçado consigo em 2004 e 2009.
Contactados pela agência de notícias AFP, os advogados da escritora disseram que não comentavam, bem como a defesa de Patrick Poivre d'Arvor.
Uma quinzena de mulheres já prestou declarações na polícia sobre Patrick Poivre d'Arvor, apresentador estrela do noticiário televisivo de maior audiência em França durante 22 anos, que está a ser investigado por alegadas violações e agressões sexuais.
A investigação foi lançada depois de a escritora Florence Porcel ter denunciado, em fevereiro, que Poivre d'Arvor a teria violado em 2004 e 2009.
Desde então, uma quinzena de mulheres prestou declarações aos investigadores, com testemunhos de assédio e ataques sexuais, incluindo dois "que poderiam ser qualificados como violação", declararam à emissora fontes da Procuradoria de Nanterre, nos arredores de Paris, onde o caso está.
Os testemunhos referem-se a alegadas a pressões ocorridas na década de 1990 e na primeira década deste século.
Poivre d'Arvor, agora com 73 años e que já rejeitou as acusações de Porcel, apresentou de forma ininterrupta o telejornal da estação privada TF1, o mais visto em França, durante 22 anos, entre 1987 e 2008.
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