Líderes mundiais lamentam morte de arcebispo sul-africano
Vários líderes mundiais e de movimentos políticos lamentaram hoje a morte do arcebispo sul-africano Desmond Tutu, lembrando a sua jornada de luta em defesa da liberdade dos povos e dos direitos humanos.
© Getty Images
Mundo Óbito/Desmond Tutu
Numa nota publicada na rede social Twitter, o primeiro-ministro britânico manifestou-se "profundamente entristecido" com a morte de Desmond Tutu, destacando a sua "liderança espiritual" e o seu "bom humor irrepreensível".
Na mesma publicação, Boris Johnson relembra o prémio Nobel da Paz como "uma figura central na luta contra o 'apartheid' e na luta pela criação de uma nova África do Sul".
Também o Presidente francês, Emmanuel Macron, prestou homenagem ao arcebispo falecido hoje aos 90 anos na Cidade do Cabo, sublinhando que o seu combate pelo fim do 'apartheid' e a reconciliação sul-africana ficará na memória de todos.
Numa publicação no Twitter, o chefe de Estado francês lembrou Desmond Tutu como alguém que "dedicou a sua vida aos direitos humanos e à igualdade dos povos", juntando a sua voz ao coro de homenagens ao arcebispo anglicano.
Já o presidente do Conselho Europeu, que representa os 27 países da União Europeia, Charles Michel, prestou homenagem ao "homem que dedicou a sua vida à liberdade, com um compromisso profundo com a dignidade humana. Um gigante que se levantou contra o 'apartheid'".
As homenagens prosseguiram pelo mundo fora, com vários líderes de movimentos políticos, ativistas e ex-dirigentes a lamentarem a morte do Nobel da Paz, como o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, que lembrou Desmond Tutu como "um dos símbolos da luta contra a injustiça".
"Apelamos a todos os povos livres e a todos os que amam a Palestina para seguir as suas pisadas, apoiar e erguer-se pelo povo palestiniano, defender as suas justas causas e expor os crimes da ocupação [por Israel]", disse o porta-voz do movimento da resistência palestiniana.
Já a antiga primeira-ministra do Quénia e líder da oposição, Raila Odinga, considerou que a morte de Tutu "encerra um importante capítulo na longa e dolorosa luta pela justiça em África".
A diretora-executiva da Amnistia Internacional na África do Sul, Shenilla Mohamed, lembrou que o arcebispo "nunca teve medo de denunciar quem violava os direitos humanos, fossem eles quem fossem", pedindo que o seu legado "seja honrado com a continuação do seu trabalho".
Desmond Tutu, arcebispo emérito sul-africano e vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1984 pelo seu ativismo contra o regime de segregação racista do Apartheid, morreu hoje aos 90 anos, anunciou o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
O arcebispo anglicano estava debilitado há vários meses, durante os quais não falou em público, mas ainda cumprimentava os jornalistas que acompanhavam cada uma das suas saídas recentes, como quando foi tomar a sua vacina contra a covid-19 num hospital ou quando celebrou os seus 90 anos em outubro.
Desmond Tutu ganhou notoriedade durante as piores horas do regime racista na África do Sul, quando organizava marchas pacíficas contra a segregação, enquanto sacerdote, pedindo sanções internacionais contra o regime branco em Pretória.
Depois do combate ao apartheid, Tutu empenhou-se na reconciliação do seu país e na defesa dos direitos humanos.
Contra a hierarquia da igreja anglicana, defendeu os homossexuais e o direito ao aborto, tendo nos últimos anos aberto como nova frente de combate o direito ao suicídio assistido.
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