"O Presidente francês, Emmanuel Macron, edificou toda a sua política externa no antagonismo a Erdogan", declarou Omer Çelik, porta-voz governamental, em declarações à estação televisiva NTV após uma reunião do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), islamita conservador, no poder na Turquia desde finais de 2002.
"As atividades da Turquia não têm qualquer intenção imperialista, apenas estão vinculadas às políticas que observamos em vários continentes", insistiu Çelik.
"Até há pouco, Macron, ao fornecer o seu apoio [ao militar rebelde líbio Khalifa Haftar], deixou um monte de valas comuns na Líbia. Há muitas palavras de Macron que vão passar à literatura. Em dois de cada três dias diz que a Turquia difunde o islão político. Por que motivo o diz? Para lançar calúnias contra a Turquia que tenta proteger os seus direitos no Mediterrâneo oriental", acrescentou o porta-voz.
A França -- que assumiu no início de janeiro a presidência rotativa semestral da União Europeia -- apoia firmemente a Grécia no confronto com a Turquia pelos limites da zona económica exclusiva (ZEE) dos dois países no mar entre Creta e Chipre, onde ambos pretendem explorar jazidas de hidrocarbonetos.
O governo francês enviou inclusivamente navios de guerra em apoio às autoridades gregas.
No final de setembro passado, Paris e Atenas assinaram um acordo estratégico que prevê uma cláusula de assistência mútua por "todos os meios apropriados", caso os dois países "verifiquem em conjunto que uma agressão armada está em curso contra o território" de um dos dois Estados.
No âmbito deste acordo, a França vai vender à Grécia três fragatas, e Atenas anunciou a intenção de adquirir mais seis caças franceses Rafale.
A Grécia já tinha firmado em janeiro de 2021 um contrato de 2,5 mil milhões de euros para a aquisição de 12 Rafale usados e seis novos.
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