Na Irlanda vai passar a ser permitido as pessoas que foram adotadas acederem automaticamente aos registos de nascimento, segundo uma lei aprovada no parlamento esta quarta-feira.
O objetivo do governo com esta lei é acabar com um "erro histórico" em que milhares de crianças foram enviadas para adoção em segredo por instituições católicas.
As leis internacionais dizem que todas as crianças devem poder estabelecer sua identidade, mas dezenas de milhares de pessoas adotadas na Irlanda não têm atualmente o direito automático aos seus registos de nascimento ou acesso a serviços de rastreamento.
A legislação foi publicada um ano depois de um inquérito ter descoberto que milhares de bebés morreram em lares irlandeses filhos de mães solteiras entre os anos 1920 e 1990.
Além destas crianças, muitas acabaram por ser tiradas às mães e adotadas secretamente. O ministro irlandês da infância, Roderic O'Gorman, citado pela agência Reuters diz que a nova lei, se promulgada pelo Presidente Michael Higgins, vai oferecer a informação completa e não editada de nascimento, início da vida e informações médicas a qualquer pessoa com mais de 16 anos, independentemente da vontade dos seus pais adotivos.
Today, I published the Birth Information and Tracing Bill, which will, for the first time, provide a statutory right to every adopted person in Ireland, and those now living abroad, to full and complete information about their birth, their early life and their origins. pic.twitter.com/tCVUSyWD4k
— Roderic O’Gorman TD (@rodericogorman) January 12, 2022
"Sabemos que um erro histórico foi cometido contra as pessoas adotadas. Com este projeto de lei, estamos a restaurar as informações que muitos de nós tomamos como parte de nossas próprias histórias pessoais", disse O'Gorman.
Os partidos da oposição apoiaram amplamente o novo projeto de lei, mas criticaram o facto de as pessoas adotadas ainda terem que realizar uma "sessão de informação" com autoridades por telefone quando os pais pediram para não ser contactados.
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