OMS reage a declarações de Bolsonaro sobre a Ómicron ser "bem-vinda"
Presidente brasileiro desvalorizou a variante apontando que a variante "não tem matado ninguém", no entanto, já foi confirmada a primeira morte causada por esta estirpe no Brasil.
© Reuters
Mundo Covid-19
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reagiu esta quarta-feira às declarações do presidente brasileiro Jair Bolsonaro. O chefe de Estado disse que a variante Ómicron é "bem-vinda" e que "não tem matado ninguém", uma afirmação falsa uma vez que no dia 6 de janeiro foi confirmada a primeira morte pela variante Ómicron no país.
O diretor executivo da OMS, Michael Ryan, reagiu a estas declarações indicando que “agora não é hora de dizer que este é um vírus bem-vindo" porque "nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo”.
Na mesma conferência de imprensa, o Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, sublinhou que, apesar de a variante Ómicron provocar doenças menos graves comparada com a Delta, não se deve ignorar o perigo da mesma, em particular para pessoas não vacinadas.
Ómicron é "bem-vinda" e pode indicar o "fim da pandemia"
Antes da reação da OMS, importa recordar o que disse o presidente do Brasil. Bolsonaro sugeriu que a nova variante Ómicron é "bem-vinda”, podendo significar que o "fim da pandemia” está próximo.
"A Ómicron já [se espalhou pelo mundo todo e, como as pessoas que percebem do assunto dizem], tem uma capacidade de se difundir muito grande, mas de letalidade muito pequena”, referiu o chefe de estado brasileiro, em entrevista ao jornal Gazeta Brasil.
Bolsonaro desvalorizou ainda o impacto da estirpe, acrescentando que os especialistas "dizem até que seria um vírus vacinal”, sugerindo que "algumas pessoas estudiosas e sérias, e não vinculadas a farmacêuticas, dizem que a Ómicron é bem-vinda e pode sim sinalizar o fim da pandemia”.
O responsável afirma também que a variante "não tem matado ninguém” e que o óbito registado em Goiás, já confirmado como consequência da Ómicron, se deveu aos "problemas seríssimos” do paciente de 68 anos, que sofria de doença pulmonar obstrutiva crónica e de hipertensão.
Ainda que menos letal, a estirpe tem provocado um grande aumento dos casos de Covid-19 no país - e no mundo - pelo que os especialistas temem que a pressão nos serviços hospitalares do Brasil aumente.
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