Os cidadãos e as autoridades de Hong Kong, na China, estão num impasse por causa da população de hamsters da cidade. As autoridades de Saúde ordenaram o abate de cerca de 2.000 destes roedores, depois de terem sido identificados surtos de Covid-19 em lojas de animais, mas as pessoas, para impedirem a morte dos bichos, estão a adotá-los.
Na terça-feira, quando a decisão foi tomada, onze hamsters já tinham testado positivo para o vírus.
O Departamento de Agricultura, Pescas e Conservação (AFCD) de Hong Kong disse, num duro comunicado, que a atitude protetora das pessoas é "irresponsável".
"O AFCD condena esta ações e reitera que isto é um obstáculo ao trabalho do Departamento, além de colocar sérios riscos de saúde para os trabalhadores e o povo. O AFCD exige que as pessoas parem com estas ações imediatamente e entreguem os hamsters adotados", afirmaram as autoridades.
Os hamsters comprados ou adotados antes do dia 22 de dezembro podem ficar com os novos donos.
Apesar de vários estudos científicos terem demonstrado que animais infetados não têm um impacto significativo na propagação do vírus, o governo de Hong Kong não quer correr riscos e adota por uma política de eliminação do vírus perante o mais pequeno crescimento de casos.
A cidade fechou escolas e ginásios, os restaurantes têm de fechar às 18h00 e o tráfego aéreo foi muito limitado.
Este não é o maior incidente relacionado com o abate de animais infetados. Em novembro, a primeira-ministra da Dinamarca foi muito criticada, depois de terem sido abatidos 17 milhões de visons. Na altura, foram identificados animais doentes em 200 quintas e alguns casos de transmissão de animais para humanos fizeram o governo tomar a decisão de abater os mamíferos.
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