"Temos um relacionamento de excelência, baseado na cooperação e solidariedade, ainda mais evidente em crises exigentes como a atual", escreveu Augusto Santos Silva na rede social Twitter, numa alusão à crise entre a Ucrânia e a Rússia.
"As comunidades radicadas em ambos países são cruciais nestes laços e são o melhor exemplo dessa proximidade enriquecedora", acrescentou o chefe da diplomacia portuguesa.
Portugal e a Ucrânia estabeleceram relações diplomáticas em 27 de janeiro de 1992, mas o primeiro embaixador residente em Kiev, Manuel Henrique Corte-Real, só apresentou credenciais em 19 de dezembro de 1993.
A Ucrânia viva atualmente momentos de elevada tensão devido à presença de cerca de 100.000 tropas russas na sua fronteira.
O Governo de Kiev e os países ocidentais acusaram a Rússia de pretender invadir de novo o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014, mas Moscovo negou tal intenção.
Face ao clima de tensão, alguns governos ocidentais aconselharam os seus cidadãos a sair da Ucrânia, onde residem 216 cidadãos portugueses, a maioria com dupla nacionalidade.
Na passada segunda-feira, Augusto Santos Silva disse que o Governo está em contacto com os portugueses residentes na Ucrânia, incluindo os "cerca de 10" que vivem na região de Donbass (Leste), onde separatistas pró-russos estão em guerra com Kiev desde 2014.
Estão todos "recenseados e sabemos quem são e onde estão", disse então Augusto Santos Silva, no final de uma reunião em Bruxelas dos chefes da diplomacia da União Europeia (UE) sobre a crise na Ucrânia.
O ministro disse que o Governo mantém com os residentes no Leste da Ucrânia um "especial contacto para averiguar as suas condições de segurança e bem-estar", mas sem qualquer questão até então.
Os Estados Unidos e outros países pediram aos familiares dos diplomatas em Kiev para abandonarem a Ucrânia "devido à ameaça persistente de uma operação militar russa", mas Portugal e os restantes membros da UE mantêm o pessoal diplomático no país.
Em relação às viagens para a Ucrânia, Augusto Santos Silva disse na segunda-feira que Portugal desaconselha as deslocações à região de Donbass desde 2014, bem como "as viagens não essenciais para a Ucrânia" devido à pandemia de covid-19, por ser um Estado terceiro.
"Falei com o embaixador português em Kiev e pedi-lhe para reavaliar [...] para saber se era preciso evoluir nestes conselhos", mas "mantemos o desaconselhamento das viagens para a região e para a Ucrânia, decisão que não é de agora nem motivada pelos acontecimentos de agora e que já vem de trás", disse então Augusto Santos Silva.
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