"Não podemos esquecer que o Holocausto poderia ter sido evitado e é importante agir para parar quaisquer sinais de discriminação, porque o silêncio faz de nós cúmplices", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) numa mensagem em vídeo por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Num mundo com "sinais óbvios de crescente discriminação, intolerância e xenofobia" é "uma responsabilidade comum agir decisivamente" para que a história não se repita, afirmou por seu turno a diretora-geral das Nações Unidas em Genebra, Tatiana Valovaya.
A homenagem contou com a presença de uma sobrevivente do Holocausto, Emma Adjadj, de 92 anos, que passou a II Guerra Mundial a fugir dos nazis e perdeu a mãe e três dos seus irmãos em 1943, em Auschwitz, o campo de extermínio de judeus construído pelo regime da Alemanha nazi em território polaco.
"Éramos uma família normal até que o mundo se desmoronou. Passei a minha infância a fugir dos nazis por toda a França. Em Nice tive de me esconder durante algum tempo num telhado para não ser capturada pelos oficiais", disse Adjadj.
"Foi muito difícil para mim, estava à espera que a minha mãe e os meus irmãos voltassem (...) mas nunca mais voltaram", recordou a sobrevivente, que foi acompanhada no local por alguns dos seus familiares.
Adjadj terminou o seu discurso com uma mensagem para os mais novos: "É importante saber o que aconteceu, não são histórias, foi a dura realidade de um genocídio e, como parte da nossa história, deve ser dito para que tais atrocidades não se repitam".
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto assinala a data em que o exército soviético libertou Auschwitz-Birkenau, em 27 de janeiro de 1945.
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