"Apresentaremos na Câmara um projeto de lei que reforçará consideravelmente a nossa posição em relação a uma ação agressiva da Rússia contra a Ucrânia", declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros na Câmara dos Comuns, explicando que tais sanções poderão visar um número maior de pessoas e empresas, em função da sua importância para o Kremlin.
"Poderemos ter como alvo qualquer empresa ligada ao Estado russo, que exerça atividades de importância económica para o Estado russo ou opere num setor de importância estratégica para o Estado russo. Não apenas estaremos em melhores condições para atingir essas entidades, como poderemos igualmente perseguir aqueles que são seus proprietários ou as controlam", acrescentou a ministra.
Truss sublinhou que este regime de sanções será o "mais severo" alguma vez aplicado à Rússia e "a maior mudança" na abordagem do Reino Unido desde que o país abandonou a União Europeia.
"Zelaremos por que aqueles que partilham a responsabilidade da ação agressiva e desestabilizadora do Kremlin paguem um preço elevado", declarou a responsável britânica.
Os alvos destas sanções poderão ver congelados os seus bens no Reino Unido e ser impossibilitados de entrar em território britânico. Será igualmente impossível a uma empresa ou pessoa no Reino Unido efetuar transações com tais alvos.
O Governo britânico instou várias vezes a Rússia a seguir a via diplomática. O primeiro-ministro, Boris Johnson, vai telefonar ao Presidente russo, Vladimir Putin, para novamente o exortar a "recuar e a envolver-se diplomaticamente".
Falando hoje à margem de uma deslocação ao condado de Essex, Johnson declarou que dirá ao Presidente russo que uma invasão da Ucrânia seria "um desastre absoluto para o mundo e, acima de tudo, seria um desastre para a Rússia".
Boris Johnson desloca-se na terça-feira a Kiev acompanhado da sua chefe da diplomacia para se reunir com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, avisou hoje que os Estados Unidos prepararam "sanções específicas contra membros da elite russa", a aplicar se a Rússia atacar a Ucrânia.
Washington identificou "membros pertencentes ou a gravitar em torno do círculo interno do Kremlin", adiantou Psaki, indicando que essas pessoas eram "alvos particularmente vulneráveis" para sanções, por causa das relações financeiras com alguns países ocidentais.
"Este é apenas um elemento entre outros, desejado por nós, para atingir a Rússia de todos os ângulos" no caso de um ataque, acrescentou.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manifestou-se hoje disposto a continuar o diálogo com a Rússia sobre a crise ucraniana, mas advertiu para "consequências rápidas e severas" do abandono por Moscovo da diplomacia e de um ataque à Ucrânia.
Numa declaração divulgada hoje para coincidir com o início de uma reunião sobre a crise ucraniana no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), Joe Biden defendeu que os EUA apresentaram "em pormenor a natureza completa da ameaça da Rússia à soberania e integridade territorial da Ucrânia".
Afirmou ainda que Washington esclareceu as implicações desta ameaça "não só para a Ucrânia, mas para os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas e da ordem internacional moderna".
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