"O secretário-geral observa com preocupação o anúncio de uma pausa na assistência externa dos Estados Unidos", indicou hoje o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
O líder das Nações Unidas pediu, segundo referiu Stéphane Dujarric, "que isenções adicionais sejam consideradas para garantir a prestação contínua de atividades críticas humanitárias e de desenvolvimento para as comunidades mais vulneráveis em todo o mundo, cujas vidas e meios de subsistência dependem desse apoio".
O Departamento de Estado norte-americano congelou na sexta-feira novos financiamentos para quase todos os programas de ajuda dos Estados Unidos da América (EUA) em todo o mundo, com exceção dos programas humanitários alimentares e da ajuda militar a Israel e ao Egito.
A diretiva - enviada por telegrama às embaixadas dos Estados Unidos em todo o mundo - proíbe novas despesas do Governo, o que parece limitar os programas a funcionarem apenas enquanto tiverem dinheiro em caixa.
O Departamento de Estado vai analisar quais dos milhares de programas de ajuda e desenvolvimento dos Estados Unidos podem continuar.
De acordo com Dujarric, António Guterres espera cooperar e contactar com a nova administração dos Estados Unidos, presidida por Donald Trump, para abordar "a prestação de apoio ao desenvolvimento", um apoio, segundo frisou, "muito necessário para as pessoas que se debatem com os desafios mais difíceis que o mundo em desenvolvimento enfrenta".
O porta-voz de Guterres recordou ainda que os Estados Unidos são um dos maiores fornecedores de ajuda à nível mundial, considerando "vital" que se trabalhe "construtivamente para moldar em conjunto um caminho estratégico a seguir".
A diretiva do Governo de Trump desapontou especialmente os trabalhadores humanitários por não incluir quaisquer isenções que poupassem as clínicas de saúde e outros programas de saúde em todo o mundo ao novo congelamento de financiamento.
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