Senado dos EUA confirma executiva de luta livre para pasta da Educação

O Senado norte-americano confirmou a ex-executiva de luta livre Linda McMahon para secretária da Educação da administração de Donald Trump, Presidente que prometeu desmantelar o departamento.

Notícia

© Bill Clark/CQ-Roll Call, Inc via Getty Images

Lusa
04/03/2025 06:30 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Linda McMahon

A par do anunciado desmantelamento do Departamento de Educação, McMahon terá de intensificar os esforços para cumprir a agenda de Trump, incluindo ordens abrangentes para retirar das escolas do país programas de diversidade e inclusão.

 

Sobre a missão da bilionária de 76 anos, Trump ironizou anteriormente que o desmantelamento do departamento deverá ir ao ponto de deixar McMahon "sem emprego".

O Senado votou na noite de segunda-feira a favor da confirmação de McMahon por 51 votos a favor e 45 contra.

Ex-executiva da empresa organizadora de torneios de luta livre World Wrestling Entertainment, McMahon tem uma ligação ténue à Educação: um ano no conselho estadual de Educação do estado do Connecticut e curadora da Universidade do Sagrado Coração.

Os apoiantes de McMahon destacam a utilidade dos seus dotes de executiva para reformar um departamento muito criticado pelos republicanos, enquanto os opositores da bilionária apontam a sua falta de conhecimento sobre a pasta, temendo cortes orçamentais cegos que afetem estudantes de todo o país.

O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou antes da votação de confirmação que a população "não quer ver o Departamento de Educação abolido".

"Se a administração Trump prosseguir com os cortes na Educação, as escolas perderão milhares de milhões em financiamento", adiantou.

Na sua audiência de confirmação, McMahon distanciou-se da retórica de Trump, dizendo aos senadores o seu objetivo é fazer com que o Departamento de Educação "opere de forma mais eficiente", e não retirar o financiamento a programas.

A bilionária reconheceu que apenas o Congresso tem o poder de fechar o departamento e comprometeu-se a preservar fundos para escolas em zonas desfavorecidas, bolsas Pell para estudantes universitários de baixos rendimentos, entre outros programas.

Mas, semanas antes da audiência de confirmação de McMahon, a Casa Branca estava a avaliar uma ordem executiva que daria instruções ao secretário da Educação para cortar a agência tanto quanto legalmente possível, pedindo ao Congresso que a encerrasse completamente.

Segundo a AP, alguns dos aliados de McMahon pressionaram a Casa Branca para que a ordem fosse mantida até depois da sua confirmação, para evitar possíveis reacções adversas.

Criado pelo Congresso em 1979, o Departamento de Educação tem como principal papel desembolsar fundos para as escolas e faculdades do país.

Trump argumenta que o departamento foi dominado por liberais que impõem a sua ideologia às escolas do país.

As escolas e os estabelecimentos de ensino superior têm estado a lidar com a exigência de eliminar os programas de diversidade, sob pena de perderem o financiamento federal.

A administração Trump deu-lhes até 28 de fevereiro para cumprirem.

Durante a campanha presidencial, Trump prometeu fechar o departamento e conceder a sua autoridade aos estados.

As escolas e os estados já exercem uma autoridade significativamente maior sobre a educação do que o governo federal, que está impedido de influenciar os currículos escolares.

Os fundos federais representam cerca de 14% dos orçamentos das escolas públicas.

O Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) de Elon Musk, bilionário conselheiro de Trump, já eliminou dezenas de contratos que considerou ideológicos ou fonte de desperdício.

O Instituto de Ciências da Educação, que reúne dados sobre o progresso académico do país, foi esvaziado e a administração despediu ou suspendeu muitos dos seus funcionários, levando à interrupção de projetos ao abrigo da lei federal.

Na sua audiência, McMahon disse que a agência gastará dinheiro que é atribuído pelo Congresso, e minimizou os cortes do DOGE como uma mera auditoria.

McMahon é uma aliada de longa data de Trump que deixou a WWE em 2009 para se lançar numa carreira política, concorrendo duas vezes, sem sucesso, ao Senado dos EUA.

A executiva doou milhões de dólares para as campanhas de Trump e durante o seu primeiro mandato foi líder da Administração de Pequenas Empresas.

Leia Também: Canadá anuncia decisão de retaliar contra tarifas impostas pelos EUA

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas