Segundo o Governo maliano a transferência de 2,699 milhões de francos cfa (cerca de quatro milhões de euros) destinava-se ao pagamento de obrigações do Tesouro.
O Ministério da Economia e Finanças do Mali afirmou numa declaração que a decisão foi uma "violação" dos regulamentos do BCEAO e das regras que regem o funcionamento do mercado monetário regional, e que as suas consequências foram "prejudiciais" para os investidores.
A ação do BCEAO, que integra a União Económica e Monetária da África Ocidental (UMAO), faz parte das últimas sanções financeiras impostas por essa instituição contra a junta militar que governa o Mali desde o golpe de Estado de agosto de 2020.
Após uma reunião extraordinária em 09 de janeiro em Acra entre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a UMAO, tendo em conta a recusa da junta militar em convocar eleições este mês, como antes se tinha comprometido, o BCEAO decidiu congelar os fundos do Estado do Mali e das empresas públicas e bloquear as suas transferências através do sistema de pagamentos do banco.
A nota do Departamento de Economia e Finanças do Mali também considera que estas medidas "enfraquecem o desenvolvimento do mercado financeiro regional e desacreditam-no aos olhos dos investidores regionais e internacionais".
Além das sanções financeiras, a CEDEAO decidiu igualmente encerrar as fronteiras terrestres e aéreas dos seus países membros com o Mali para forçar a junta militar a regressar à ordem constitucional.
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