Ucrânia. Bombardeamentos ouvidos em cidade do leste do país
Bombardeamentos foram hoje ouvidos perto de Stanytsia Luganska, cidade no leste da Ucrânia sob controlo das forças do Governo, segundo jornalistas no local, que foi alvo de bombardeamentos na quinta-feira.
© Lusa
Mundo Ucrânia
De acordo com jornalistas da agência francesa de notícias AFP, os bombardeamentos eram audíveis nesta localidade da linha da frente que separa militares ucranianos e separatistas pró-russos, onde na quinta-feira foi atingida uma creche onde se encontravam 20 crianças e 18 adultos.
Segundo o exército ucraniano, a cidade foi atacada por 32 projéteis, ficando parcialmente sem eletricidade.
O exército ucraniano e os separatistas têm-se acusado hoje mutuamente de novos ataques no leste do país, tendo as autoridades ucranianas relatado 20 violações do cessar-fogo por separatistas durante a noite, enquanto os rebeldes pró-Rússia referiram ter contabilizado 27 ataques pelo exército ucraniano.
Observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) relataram um aumento significativo dos tiroteios, apontando 189 violações de cessar-fogo na região de Donetsk durante quinta-feira, o que representa um crescimento dos ataques em relação ao dia anterior, quando foram contabilizados 24.
Na região de Lugansk, outro reduto de separatistas pró-Rússia no leste, foram registadas 402 violações contra 129 na quarta-feira.
A presidência russa (Kremlin) admitiu hoje estar "muito preocupada" com o novo surto de violência no leste da Ucrânia, já que a crise russo-ocidental ainda se mantém muito tensa.
"O que está a acontecer no Donbass é muito preocupante e potencialmente muito perigoso", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O conflito entre Kiev e Moscovo, que já dura há 8 anos, foi responsável pela morte de mais de 14.000 pessoas, mas os acordos de paz assinados em 2015, em Minsk, permitiram o estabelecimento de um cessar-fogo e uma redução considerável dos confrontos.
O atual surto representa um aumento significativo da violência, num contexto de grande tensão entre a Rússia e o Ocidente, que acusa Moscovo de ter concentrado 150.000 militares nas fronteiras ucranianas e de estar a preparar uma invasão do país vizinho.
A Rússia, que nega qualquer plano de invasão, exige, no entanto, garantias da sua segurança, e quer que o Ocidente desista de considerar a adesão da Ucrânia à NATO.
[Notícia atualizada às 11h58]
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