Nova Zelândia. Polícia atacada por antivacinas com excrementos humanos

A polícia da Nova Zelândia acusou hoje manifestantes antivacinas acampados em redor do Parlamento, em Wellington, de atirarem excrementos humanos contra as forças de segurança que protegem o edifício, devido aos bloqueios nas ruas mais ruas próximas.

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Lusa
21/02/2022 09:12 ‧ 21/02/2022 por Lusa

Mundo

Nova Zelândia

Duas semanas após o início do protesto, inspirados pelo "Freedom Convoy" [Comboio da Liberdade] canadiano, os manifestantes continuaram a chegar neste fim de semana a Wellington, apesar dos apelos da polícia para abandonarem o local.

O número de veículos que estão a bloquear as ruas do centro de Wellington quase duplicou desde sexta-feira, subindo hoje para 800 automóveis.

A fim de evitar a expansão do protesto, cerca de 300 polícias foram mobilizados durante a noite de domingo para impedir a instalação de bloqueios nas ruas principais.

Segundo a polícia, "um grande número de manifestantes muito barulhentos estava presente" e oito detenções foram realizadas pelas autoridades.

"Sete polícias ficaram feridos durante esta operação, variando de simples arranhões a uma lesão no tornozelo", disse a polícia neozelandesa num comunicado, que adianta que "alguns polícias também receberam jatos de excrementos humanos".

A polícia disse que vai "responsabilizar" os organizadores do movimento, sublinhando que tentar contaminar deliberadamente alguém pode ser punido com até 14 anos de prisão.

Até agora, a polícia interveio pouco contra esta manifestação, acreditando que qualquer tentativa de uso da força para retirar o acampamento levaria à violência.

O movimento de protesto da Nova Zelândia foi inicialmente anti-vacina, mas à medida que ganhou força, as suas exigências tornaram-se mais numerosas. Alguns manifestantes exibiram a sua filiação à extrema-direita, entoando mensagens contra o Governo e os meios de comunicação.

No Canadá, o movimento apelidado de "Freedom Convoy" visava inicialmente protestar contra a decisão das autoridades de exigirem, desde meados de janeiro, que os camionistas fossem vacinados para atravessar a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, mas rapidamente transformou-se num movimento contra as medidas sanitárias em geral para evitar a propagação da pandemia de covid-19 e também, para alguns, contra o Governo liderado pelo primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.

Iniciado em janeiro, centenas de camionistas e, posteriormente, manifestantes com seus automóveis particulares bloquearam e paralisaram o centro da capital canadiana, levando as autoridades locais a declararem o "estado de emergência".

A Nova Zelândia, que tem uma população de cinco milhões, registou 53 mortes devido à covid-19 desde o início da pandemia. Hoje, 2.377 novos casos foram identificados.

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