Nova Zelândia. Polícia atacada por antivacinas com excrementos humanos
A polícia da Nova Zelândia acusou hoje manifestantes antivacinas acampados em redor do Parlamento, em Wellington, de atirarem excrementos humanos contra as forças de segurança que protegem o edifício, devido aos bloqueios nas ruas mais ruas próximas.
© Getty Images
Mundo Nova Zelândia
Duas semanas após o início do protesto, inspirados pelo "Freedom Convoy" [Comboio da Liberdade] canadiano, os manifestantes continuaram a chegar neste fim de semana a Wellington, apesar dos apelos da polícia para abandonarem o local.
O número de veículos que estão a bloquear as ruas do centro de Wellington quase duplicou desde sexta-feira, subindo hoje para 800 automóveis.
A fim de evitar a expansão do protesto, cerca de 300 polícias foram mobilizados durante a noite de domingo para impedir a instalação de bloqueios nas ruas principais.
Segundo a polícia, "um grande número de manifestantes muito barulhentos estava presente" e oito detenções foram realizadas pelas autoridades.
"Sete polícias ficaram feridos durante esta operação, variando de simples arranhões a uma lesão no tornozelo", disse a polícia neozelandesa num comunicado, que adianta que "alguns polícias também receberam jatos de excrementos humanos".
A polícia disse que vai "responsabilizar" os organizadores do movimento, sublinhando que tentar contaminar deliberadamente alguém pode ser punido com até 14 anos de prisão.
Até agora, a polícia interveio pouco contra esta manifestação, acreditando que qualquer tentativa de uso da força para retirar o acampamento levaria à violência.
Today’s traffic management operation continues Police’s commitment to de-escalate the protest at Parliament grounds.
— New Zealand Police (@nzpolice) February 21, 2022
Operations today have allowed us to close the area to any further vehicles.
It has also prevented the movement of further infrastructure onto the site.
O movimento de protesto da Nova Zelândia foi inicialmente anti-vacina, mas à medida que ganhou força, as suas exigências tornaram-se mais numerosas. Alguns manifestantes exibiram a sua filiação à extrema-direita, entoando mensagens contra o Governo e os meios de comunicação.
No Canadá, o movimento apelidado de "Freedom Convoy" visava inicialmente protestar contra a decisão das autoridades de exigirem, desde meados de janeiro, que os camionistas fossem vacinados para atravessar a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, mas rapidamente transformou-se num movimento contra as medidas sanitárias em geral para evitar a propagação da pandemia de covid-19 e também, para alguns, contra o Governo liderado pelo primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.
Iniciado em janeiro, centenas de camionistas e, posteriormente, manifestantes com seus automóveis particulares bloquearam e paralisaram o centro da capital canadiana, levando as autoridades locais a declararem o "estado de emergência".
A Nova Zelândia, que tem uma população de cinco milhões, registou 53 mortes devido à covid-19 desde o início da pandemia. Hoje, 2.377 novos casos foram identificados.
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