"Estamos cientes de que, para respondermos aos desafios e anseios do país, serão precisos maiores esforços na planificação e mais investimentos", reconheceu a ministra, que presidiu, na cidade da Praia, à abertura da reunião do conselho superior de comandos das Forças Armadas.
Para a ministra, várias mudanças têm surgido no mundo, em particular na Defesa, pelo que defendeu uma "planificação contínua", bem como um espírito de adaptação e resiliência.
"Contudo, sabemos que quando mais nos aperfeiçoarmos, mais ainda precisaremos fazer, isto tendo presente a necessidade de sempre elevar a operacionalidade das nossas forças e ainda afinar as nossas técnicas, táticas e conhecimentos", sustentou.
Janine Lélis considerou que com mais formações e exercícios conjuntos, o país estará a fortalecer a imagem e a credibilidade conquistada pelas Forças Armadas, mas também a adaptar às novas exigências e desafios.
"Para o efeito, nós defendemos uma planificação contínua, capaz de dinamizar a eficiência operacional, de modo a revigorar também a essencialidade militar das forças, quer seja marítima, quer seja terrestre", completou.
A titular da pasta da Defesa cabo-verdiana informou que está à espera que seja entregue no final deste mês um levantamento geral, detalhado e minucioso das necessidades das Forças Armadas, seja de meios, equipamentos, recursos humanos e armamento.
Isso, segundo Janine Lélis, para que o Governo possa começar o desenho da proposta de lei de programação militar, para poder ser aprovada ainda nesta legislatura (2021 -- 2026), sendo vista como importante instrumento para modernizar as Forças Armadas do país.
Também avançou que já foi criada uma comissão que tem estado a trabalhar na revisão da lei de justiça militar, outra promessa do executivo para a legislatura.
"Prosseguimos com este compromisso porque acreditamos que é necessário adaptar este sistema à nova realidade, mas também porque defendemos que a realização desta justiça militar é crucial para manutenção dos valores de disciplina e hierarquia que caracterizam as Forças Armadas", defendeu a ministra.
Além destas reformas, apontou outros projetos delineados para as Forças Armadas, como a melhoria do programa Soldado Cidadão e a construção de um novo cais da Guarda Costeira, que vai ficar em São Vicente, numa "forte cooperação" com os Estados Unidos.
Também prometeu a aquisição de um novo meio aéreo, desta vez "devidamente equipado e adequado" às atribuições e operações de busca e salvamento, mas sobretudo para as operações de patrulhamento da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Cabo Verde.
"Estamos a fazer estas opostas, em particular na Guarda Costeira, pela realidade arquipelágica do país, mais mar do que terra, e por entender que a nossa posição no Atlântico, apesar de constituir uma mais-valia, também constituiu um enorme desafio", terminou a ministra.
Por sua vez, o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, o major-general Anildo Morais, sublinhou a importância dessa reflexão que a instituição castrense vai fazer durante dois dias, lembrando que acontece depois do surgimento de novos desafios nos últimos dois anos.
Para o mais alto responsável das Forças Armadas cabo-verdianas, o futuro deve ser "mais pragmático e mais adequado" à realidade atual, mas também com aposta na inovação.
A reunião do Conselho Superior de Comandos tem como objetivo fazer um balanço do ano transato, projetar o ano em curso e proporcionar aos participantes momentos de troca de informações sobre os diferentes Comandos e Serviços das Forças Armadas de Cabo Verde.
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