Vladimir Putin diz que "quer evitar o genocídio (contra os falantes russos no leste da Ucrânia), o que é um disparate total, porque está prestes a cometer um aí", contra os ucranianos, afirmou Peter Stano, porta-voz de Josep Borrell, que falava em Bruxelas na conferência de imprensa diária do executivo da UE.
"Basicamente, ele quer destruir a Ucrânia. Quer infligir danos e sofrimento ao povo ucraniano. É totalmente desumano", afirmou Peter Stano.
Vladimir Putin acusou na segunda-feira a Ucrânia de ter um regime "neo-nazi", apoiado pelo Ocidente, para exterminar os falantes russos no Donbass, quando anunciou o reconhecimento de Lugansk e Donetsk, territórios separatistas nessa região do leste do país.
O porta-voz de Borrell lembrou que a UE advertiu o Kremlin de que "será responsabilizado" pelo seu ataque maciço à Ucrânia e sublinhou que "não pode haver impunidade".
"A história recente mostrou que qualquer pessoa que tenha participado em crimes de guerra acaba por ser levada à justiça", sublinhou Peter Stano.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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