"A escalada da guerra entre a Ucrânia e a Rússia [...] coloca em risco a segurança dos cidadãos chineses", sublinhou a embaixada chinesa na Ucrânia, em comunicado, notando um aumento do "comportamento extremista na sociedade ucraniana".
A embaixada em Kiev pediu aos chineses que "evitem disputas sobre questões específicas" e "se deem bem com o povo ucraniano", devendo "abster-se [...] de exibir sinais identificativos", sublinhou o documento.
Na quinta-feira, a embaixada tinha recomendado aos cidadãos chineses que quisessem abandonar a Ucrânia por estrada que pendurassem "claramente uma bandeira chinesa" no veículo.
Na sexta-feira, a embaixada anunciou que estava a organizar voos para retirar da Ucrânia cerca de seis mil pessoas com passaporte da China, ou das regiões administrativas especiais chinesas de Hong Kong e Macau, ou um "cartão de compatriota de Taiwan".
O Gabinete de Gestão de Crises do Turismo de Macau disse à Lusa não ter recebido qualquer pedido de informação ou apoio por parte de residentes da cidade na Ucrânia, mas garantiu estar a acompanhar a situação.
A China foi um dos três países que se absteve, na sexta-feira, na votação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU a condenar a agressão da Rússia à Ucrânia. A resolução, que obteve 11 votos a favor, foi vetada pela Rússia.
A diplomacia chinesa tem afirmado compreender as preocupações russas com a segurança, mas também que "respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países".
Na sexta-feira, o primeiro-ministro da Austrália acusou a China de lançar à Rússia uma linha de salvação, ao aliviar restrições comerciais, quando parte do mundo avançou com sanções contra Moscovo, na sequência da invasão da Ucrânia.
Scott Morrison reagia a uma notícia do jornal de Hong Kong South China Morning Post sobre a decisão chinesa de dar total abertura às importações de trigo russo.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e 'desnazificar'" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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